CINQUE TERRE: LUGAR PARA SE CONHECER
- Larissa Amaral
- 11 de abr. de 2016
- 3 min de leitura

Encantada? Muito mais que isso! Tentar resumir em um só adjetivo o que meus olhos apreciaram, não é fácil. Paradisíaco talvez seja o mais próximo daquilo que quero expressar dessas belezas naturais e artificiais que encontrei em ‘Cinque Terre’, uma área costeira localizada na região da Ligúria na Itália, banhada pelo mar mediterrâneo e formada por cinco vilarejos: Monterosso, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore. Sem dúvida, Deus foi muito generoso na criação desse lugar, resumiu em um só ambiente uma das paisagens mais lindas que já vi na vida. Estou falando de uma área acidentada, rochosa, de mar azul e de importante produção de vinhos e oliva. Para ter uma ideia, em 1997, o Parco Nazionale de Cinque Terre foi considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. O clima estava muito favorável para essa viagem. Solzinho de 16º celsius e pouquíssimo vento desarrumava nossos cabelos. Nossa rota foi simples. Saímos de Gênova, pela autoestrada no sentido Carrodano para ter acesso a nosso primeiro ‘terre’ dos ‘cinque’: Monterosso Al Mare.

SUBIMOS A MONTANHA, ME DESPERTANDO A CURIOSIDADE de onde estaria a vila na beira do mar. Descemos e ‘bang’: ali estava ela, toda charmosa e colorida, pequena mas aconchegante e lotada de feirinhas, restaurantes e alguns hotéis. Dos cinco vilarejos, Monterosso al Mare é o menos caro para pernoitar. Estacionamos e pegamos nosso transporte para explorar as demais vilas. Escolhemos o barco, 18 euros ida e volta, assim faríamos toda a região com uma vista privilegiada, parando sempre que desejássemos e curtindo um sol, item mais precioso que qualquer rubi, quando se trata de viagens dessa natureza. Mas, Cinque Terre pode ser feita a pé, pelos aventureiros e amantes das trilhas de plantão, ou de trem, que segundo informações, também nos dá a opção de descer e subir em cada vilarejo se adquirirmos o bilhete diário.

SEGUNDA PARADA, VERNAZZA, pequena na sua estrutura, mas enorme na sua riqueza. Possui um lindo centro histórico e uma arquitetura imponente... A água batendo nas pedras que nos recepciona na vila é mágica... Lugar ideal para uma boa reflexão! Terceira vila, Corniglia. Acesso possível após subir 400 degraus de escada, fitness que vale a pena pelo que se encontra após o esforço! Casinhas coloridas (típica da região) e muita natureza que nos dava a impressão de estarmos inseridos em uma pintura de arte moderna gigantesca. Logo em seguida, Manarola, confesso que nossa visão foi apenas do mar para terra, não descemos pois deveríamos fazer a última e o nosso horário estava muito avançado! Mas pesquisei sobre e vi que esta vila por ser muito próxima de Riomaggioro, poderia ter sido feita a pé. Durante o caminho, permitiria sem dúvida uma vista linda do mar e dos rochedos. Segundo informações, existem muitos cadeados espalhados ao longo do trajeto e que celebram o amor e a união entre os casais. São inúmeras as lendas que envolvem essa prática romântica e comum entre italianos. E finalmente, Riomaggioro, a maior entre todas as cinco terras e comporta ruelas de escadas que subimos e descemos para nós deslocar dentro da cidade. Fizemos quase todas e nos deparamos com um dos mirantes mais inexplicáveis... Olhando do barco, a vila nos dá impressão de ter sido construída em ‘V’ onde o mar é na ponta baixa dessa letra, entenderam?! Super criativa e um show de arquitetura!

ERA O FINAL DESSE PASSEIO MÁGICO. Infelizmente tínhamos que pegar nosso barco para retornar. Moraria ali ‘linda’, viveria tranquilamente naquelas terras de Deus feliz para sempre... Mas, não é como eu quero, e sim como Ele quer! Deixa eu contar um segredo para vocês: o barco que pegamos nos levou a ‘sexta terra’ que é o Portovenera. Não faz parte do patrimônio, mas assim eles ‘brincam’ por ter a mesma ideia arquitetônica dos vilarejos anteriores. Pois então, achamos o máximo ter pelo menos visto o castelo instalado na ponta de uma pedra dentro do mar e o pensamento foi unânime: que chance! Acontece que deveríamos ter descido e pego outro barco que estava retornando para Monterosso, a primeira das Cinque que fizemos. Erramos e fomos parar em La Spezia, uma vila que também é ponto de partida para Cinque Terre, para quem vem de Gênova ou de Firenza de trem. E todos se olharam, um ar apavorado tomou de conta... Não sou guia, mas talvez a mais destemida das amigas? Procuramos a estação de trem e compramos um tíquete por 2,70 euros de retorno para Monterosso para pegarmos o carro e entrarmos em Gênova, onde estávamos hospedados. Deu tudo certo, mas nos rendeu boas risadas da exploração sem bússola, mas tão somente com informações esparsas que peguei na internet de outros viajantes. As lições desse momento? Errar é humano! Quem tem boca vaia Roma! Quem ler, viaja! E com muito pouco, se faz muito! Até nosso próximo encontro meus amores"

Comments