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PONTES, NÃO MUROS.

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 25 de mar. de 2016
  • 6 min de leitura

RICARDO RUBENS FERNANDES DE CARVALHO

O vigário paroquial da igreja do Alto de São Manoel Ricardo Rubens, nasceu em 6 de junho de 1975, em Mossoró, filho único do casal Roberto Luis de Carvalho e Edna Fernandes de Queiroz. Afirma fazer parte da igreja católica há 35 anos, pois aos seis, quando ainda frequentava o Jardim de Infância Modelo, a avó Maria de Lourdes Fernandes já o levava para a catequese de iniciação de fé, onde as crianças se preparam para os sacramentos futuros, a começar pela primeira comunhão. Seus pais, jovens ainda, ele com 18 anos e ela com 20, adolescentes apaixonados, precisavam trabalhar e deixavam o filho na casa da avó, onde padre Ricardo acabou sendo criado, juntamente com mais cinco tios homens na Rua Ferreira Itajubá, bairro Santo Antônio. Dona Lourdes foi professora de geografia durante 19 anos no Colégio Municipal, onde hoje funciona a Escola de Artes, além de ter sido diretora do Colégio Associação Normalistas e uma das primeiras professoras da Escola Estadual Jerônimo Rosado. “Todos os sábados à noite ela me levava para as missas na Igreja Santa Terezinha, e nos finais de semana meus pais não me levavam para casa onde moravam, pois eram eles que viam para casa de minha avó, onde sempre estávamos em grande comunhão familiar”, explica. Seus pais conviveram durante 16 anos, mas não tiveram outro filho juntos. Em nova relação, com Beatriz, Roberto deu-lhe um único irmão, Ananias, hoje ainda um jovem estudante. A mãe vive uma nova relação, mas optou em não mais engravidar.


PADRE RICARDO ESTUDOU NA ASSOCIAÇÃO DAS NORMALISTAS até o 4º ano, indo em seguida para o Diocesano, onde concluiu o ensino médio. Era exímio trompetista da banda desta escola, mas não sabe de onde veio o apelido de ‘Montanha’, já que sempre teve uma altura baixa e um porte físico normal para um adolescente. Nesta época sua vocação para a vida religiosa já estava bem definida em sua cabeça. Desde criança já tinha uma vida dedicada ao catolicismo ao viver intensamente as funções de coroinha, catequista e coordenador de grupo de jovens na Catedral de Santa Luzia. Sempre sob o comando do monsenhor Américo Simonetti, foi naturalmente ganhando seu próprio espaço na igreja. “Admirava a forma como padre Américo articulava a pastoral na paróquia, sempre muito disciplinado, metódico, despertando lideranças, maleável, tolerante, bom ouvinte. Características que também me imponho, buscando fazer tudo de forma tal que surjam os melhores resultados”, sintetiza. Aos 14 anos, padre Ricardo iniciou também seu envolvimento com a rádio Rural, onde hoje é assessor de comunicação e comanda diariamente o Programa da Diocese, às 11:30h. Participava do Programa Sinal dos Tempos, que tinha a locução de Socorro Rebouças e Gorete Marques. Por ser catequista, fazia reflexões sobre o evangelho. A convite de Monsenhor Américo, também diretor da rádio, era convidado constantemente para outras participações, fazendo com que deste tempo para cá só tenha se afastado da rádio no período em que foi fazer Seminário ou exercer o sacerdócio em outras cidades. “Até poderia ter enveredado por outros caminhos: professor, acompanhando a profissão da maior parte dos entes familiares; advogado, se eu tivesse sido aprovado no vestibular para Direito no qual entreguei minhas provas rapidamente para não correr o risco de passar; ou mesmo jornalista, pela influência e envolvimento com a rádio Rural desde cedo. Mas meu caminho era mesmo o da vocação para o Senhor”, explica padre Ricardo.

TERMINADO O ENSINO ESCOLAR NO DIOCESANO, foi indicado para ensinar Religião e Educação Artística no Colégio Menino Deus, onde passou um ano, pois aos 20 anos, mais precisamente no dia 25 de fevereiro de 1996, partiu para o Seminário Imaculada Conceição da Paraíba, na cidade de Bayeux, vizinha a capital João Pessoa. Como ainda não tinha tido uma vida comunitária em Seminário, teve que cumprir o primeiro ano realizando tarefas diversas e convivendo com os demais internos para ter a certeza do que queria. Foi apenas ao final deste período que iniciou o curso superior de Teologia Integrada, sendo aprovado nas provas de um vestibular concorrido e aberto para garotos oriundos de várias cidades da região. A maior dificuldade que padre Ricardo teve foi fazer as provas escritas com a mão esquerda, já que a direita estava enfaixada após perder as falanges dos três dedos centrais em um acidente com um disco de mesa, quando serrava um cabo para consertar um mural. Nas provas orais não teve maiores problemas e comemorou sua aprovação com a emoção contida, característica de sua personalidade. “Apenas nas pregações é que demonstro uma maior expressividade de meus sentimentos, um tom de maior espontaneidade. Fico bem mais a vontade no meu mundo do que nas relações pessoais”, confessa. Nos três primeiros anos no Seminário Propedêutico de Bayeux ganhou experiência e preparação para os outros três anos do curso na Casa Central da instituição religiosa, bairro Castelo Branco, em João Pessoa. Em todo este período só vinha em Mossoró durante as férias, sendo custeado por sua família e com ajuda também de religiosos de Mossoró. Concluiu em dezembro de 2002, retornando ao estado para desenvolver atividades de evangelização nas cidades de Portalegre, São Francisco do oeste e Carnaubais, bem como no Seminário Santa Terezinha, como formador dos cursos menores.

FOI ORDENADO DIÁCONO NO DIA 24 DE OUTUBRO DE 2004, na catedral de Santa Luzia, uma semana após Dom Mariano Manzana tomar posse como Bispo da Diocese de Mossoró. Em 10 de junho de 2005, foi ordenado padre, quando já morava na Casa Paroquial, celebrando logo no dia seguinte sua primeira missa, pela manhã, na Catedral mossoroense. “Foi a realização de um sonho, ou do grande sonho de minha vida. Poder levar a palavra do evangelho na condição de padre”, enaltece. No ano seguinte, padre Ricardo foi transferido para a paroquia de Almino Afonso, abrangendo também as atividades religiosas nos municípios de Rafael Godeiro e Lucrécia. Durante um ano e oito meses articulou a pastoral, formou grupos e conselhos nas comunidades, organizou a igreja, reestruturou o dízimo e renovou as festas de padroeiro. “Com liderança e habilidade para superar divergências, o padre local acaba se tornando um importante polo de unidade e entendimento na comunidade. É seu dever incentivar o espírito da comunhão e intermediar conflitos, mostrando que eles também fazem parte da evolução de todos. Não existe cristianismo sem vida comunitária, prática que acaba sendo o principal instrumento da evangelização”, ensina. Em janeiro de 2008 retornou a Mossoró e ocupou a função de chanceler da cúria diocesana, uma espécie de secretário do Bispo. Acompanhava as atividades em todas as paroquias e ainda na Comunidade Católica Shalom, na qual criou um vínculo afetivo, tendo ido posteriormente passar sete meses em missão evangelizadora na Nova Shalom de Aracajú, capital de Sergipe. Quando retornou, realizou novas atividades na Diocese até decidir viver uma experiência monástica beneditina no mosteiro de Abadia de São Sebastião, em Salvador, Bahia. Somente em 12 de julho de 2010, assumiu a missão que exerce até hoje como vigário paroquial da igreja do Alto de São Manoel, a mais abrangente e populosa de Mossoró, ao lado dos padres Janedison Oliveira e Ivancelito Leite.


NESTA PARÓQUIA, PADRE RICARDO TEM REALIZADO CERCA DE DOZE MISSAS SEMANAIS. “Gosto do que faço, mas por ainda termos poucos padres, a missão fica até certo ponto sobrecarregada, pois somos para a população uma referência, ao invés de síntese da evangelização”, destaca. Para ele, muitas atividades poderiam ser assumidas por ministros, que também são servidores da igreja, como as comunhões aos enfermos, encomendação de corpo em velórios e orações em residências. “A resistência dos fiéis em aceitar é próprio da cultura enraizada, que exige um padre para todas estas ocasiões, fazendo com que nossas agendas estejam sempre cheias”, relata. Segundo padre Ricardo, os tempos atuais onde a informação intensa alimenta uma sociedade plural, criando desafios como a violência, radicalidade e incompreensões, que explodem facilmente, têm exigido dos agentes religiosos uma participação mais consciente e uma identidade cristã mais apurada. “É preciso que amadureçamos a nossa própria fé para podermos entender cada vez mais a importância de nosso papel na realidade da sociedade”, defende. “A voz do evangelho tem o poder de ajudar o mundo a se tornar mais pacífico. Os instrumentos da evangelização simples e eficaz estão presentes no nosso Santo Papa Francisco, bem como nos mais simples vocacionados. Muitas vezes somos nós mesmos que complicamos o entendimento. Devemos estar prontos para envolvermos em mais iniciativas e ações concretas, vivendo-as mais, valorizando a ideia de contribuir para construções de pontes, combatendo sempre que possível as sementes dos muros que levam a sociedade, quase sempre, as improdutivas discussões inflamadas e geradoras de maus sentimentos”, diz padre Ricardo.

 
 
 

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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