UM DIA DE PRINCESA NO CASTELO DE GRUYÈRE.
- Larissa Amaral
- 14 de mar. de 2016
- 3 min de leitura

Aqui na Suíça tem muitos castelos, pontos de encontro turístico. Gruyère foi contemplado com um, a 830 m de altitude, sendo um dos mais prestigiados do país e que nos abençoa com uma vista magnífica da vila. Para seu acesso, paga-se aproximadamente 36 reais adultos e 24 reais estudante, porém vale muito a pena. Ainda mais aos apaixonados por arquitetura, história e cultura, pois a viagem oferecida por oito séculos é muito inspiradora. Interessante que a dinastia dos condes de Gruyère estar entre as mais importantes da Suíça ocidental, porém, suas origens não são atualmente bem conhecidas. Foram relacionados apenas vinte condes do século XI ao século XVI, sendo o último, chamado Michel, enfrentado sérias dificuldades financeiras, o que gerou sua falência. Perdeu suas terras para os credores Friburgo e Berna, que as repartiram entre si, inclusive o castelo, ocupado pelos bailios friburguenses. Após, prefeitos habitaram até 1848, sendo posto à venda um ano mais tarde. A compra foi realizada pela família Bovy e Balland, que passavam férias de verão em sua nova aquisição, hospedando vários amigos artistas. Em 1938, o Estado de Friburgo readquiriu-o e fundou o museu. Hoje, o castelo é dirigido por uma fundação que ocupa o lugar, conserva e administra os prédios e, claro, as coleções de obra de arte ali expostas.

NA ENTRADA, RECEBEMOS UM GUIA ESCRITO DISPONÍVEL TAMBÉM EM PORTUGUÊS, o que auxilia bastante a compreensão dos vinte cômodos que devemos visitar, bem identificados pelos números na entrada de cada um deles, e pela escada de caracol, que nos direciona para o próximo, então não tem como se perder no passeio. Cada sala, sua história e seus segredos, pontos de encontros para tomada de sérias decisões, sorrisos, lágrimas e festas aconteceram ali. Em alguns momentos da visita, nos leva a reflexão, e o que mais me chamou atenção, foi o quarto da ‘Belle Luce’. Segundo a lenda, Luce era uma filha do povo, amante do conde Jean II, que a mantinha escondida dentro desse pequeno espaço com uma vista para os Alpes e para o jardim do castelo. Despertei para o quão linda e importante era essa mulher a ponto de ser ‘guardada’ dentro desse quarto anexo da sala dos Condes. A Belle Luce foi mantida em cativeiro por amor e por amar. Aceitou as condições de seu amante, e o sentimento, mais uma vez, mostra que flecha até os mais poderosos.
OUTRA COISA QUE ME FEZ BRILHAR OS OLHOS foram as tapeçarias flamengas inspiradas em várias cenas do velho testamento, que decoram a sala dos Condes. Curioso, uma das cenas foi a do tio da Rainha Ester, Mardoqueu, diante do ministro Hamã, homem que armou contra sua vida, e no final foi sentenciado, pelo Rei Assuero, a morrer na própria forca que havia preparado para o judeu (Ester 7:10). História de uma arma forjada e preparada contra alguém escolhido e protegido pelo Senhor, mas que não prosperou (Isaías 54:17). Outra cena das tapeçarias foi inspirada em Sansão e Dalila, quando o guerreiro entregou seu segredo, confiado a ele pelo Senhor, nas mãos dos filisteus, através da vida de Dalila (Juízes 16:21-26). Uma das imagens é do carrasco furando seus olhos, onde o deixou cego, fazendo-o girar a roda de um moinho na prisão em Gaza. Ficar aqui detalhando minhas visões durante o tempo que permanecemos no castelo, nos daria uma série de reportagem somente sobre o endereço. Mas, minha dica para essa semana é: não seja cego como Sansão, aproveite seus passeios ao máximo, onde quer que pise a planta dos seus pés, porque temos muito o que aprender e extrair deles. Ainda que seu interesse não esteja na cultura, arquitetura ou se você detesta história, amplie sua visão espiritual, porque com certeza o Senhor falará com você ainda que seja através das tapeçarias! Até nosso próximo encontro.
Comentários