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PHOTOSHOP É COM ELE MESMO.

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 4 de mar. de 2016
  • 6 min de leitura

WELISON ALEXANDRE SOUSA

Quem no mundo virtual não sabe o que é ‘Fazer um Photoshop?’ Muitas das belas mulheres que vemos nas fotos de perfil do facebook, por exemplo, passaram por delicadas cirurgias, limpezas de pele ou melhoramentos genéticos através deste que é, sem dúvidas, o aplicativo mais utilizado no mundo da fotografia e do design gráfico, capaz de manipulações incríveis, ampliando as possibilidades de qualquer imagem. Tornou-se uma ferramenta tão importante que em todo o mundo ocorrem concorridos eventos promovidos pelos profissionais da área, apenas para atualização e troca de informações sobre o programa. Na América Latina, o maior deles acontece anualmente em São Paulo. Chama-se Photoshop Conference, onde um dos destaques é o Desafio Adrenalina Pura, quando cinco profissionais pré-classificados a partir de uma imagem de sua autoria, apresentam-se em um palco para mostrar tecnicamente como foram produzidas. São dez minutos de apresentação, perante um público altamente conhecedor do assunto. Ser escolhido para final é muito gratificante. Ganhar, então, é uma glória de sensação indescritível.

WELISON SOUSA NASCEU EM MOSSORÓ no dia 11 de junho de 1978, filho de José Maria de Sousa e Francisca Vitória de Sousa, tendo apenas um irmão, mais velho do que ele e também designer, Wilson Carlos de Sousa. Também pelo fato de Welison ter seguido os passos do irmão e se tornado um profissional requisitado no ramo da arte finalização e, posteriormente, da edição de imagens. Seus pais sempre foram pessoas humildes e trabalhadoras. Logo que Welison nasceu, o pai aceitou um convite do irmão Luisinho e foi ganhar a vida em São Paulo. Em Mossoró, trabalhava na empresa Rápido Mossoró como cobrador nos ônibus da Nordeste que faziam as linhas para as cidades de Fortaleza, Natal, João Pessoa, Assu e Areia Branca. A mãe vendia os tickets das passagens nesta mesma empresa. Era preciso melhorar de vida, e partiram para capital paulista com este objetivo. Seu José Maria foi por dez anos recepcionista de hotéis. Dona Francisquinha, como a chamavam, foi ser caixa de supermercado. Para ficar cuidando dos filhos ela levou sua mãe, dona Vitória. Moraram em Diadema, depois Rush Ramos e, finalmente, Americanopolis, zona sul de São Paulo. Welison fez seus primeiros anos de estudos na Escola Estadual Perola Byington Dona, mas nunca foi muito apaixonado pelas aulas, gostava mesmo era de empinar pipa, seu maior hobby, com os amigos e o irmão, que já era office boy na cidade grande, não raro com seus malotes levados pelos assaltantes de plantão. Foi também devido a violência que a família resolveu retornar para Mossoró. Na época o casal tinha aberto um brechó, onde vendiam móveis, roupas, brinquedos e outros artigos usados. Funcionava em frente a uma favela até o dia em que arrobaram e levaram tudo. “Papai ainda colocou uma porta mais reforçada, que acabou pepinada de bala. Só nos restou voltar para Mossoró”, conta Welison.

O DINHEIRO QUE GANHARAM NO SUL só deu para reformar uma casa que tiraram pela Cohab no conjunto Santa Delmira. Mas nem foram morar nesta casa que acabou sendo vendida. Foram morar na casa de uma irmã de seu José Maria, dona Isabel Cristina, no Alto da Conceição. Welison concluiu o ensino fundamental nos Colégio Cardeal Câmara e depois no Centenário. Apenas mais recentemente fez o ensino médio no supletivo no CEJA Professor Alfredo Simonetti. Aos 19 anos começou um namoro muito firme com uma prima, Susamara Cristina do Nascimento Lima Sousa, que acabou em casamento e no nascimento de Susana Cristina, estudante de 16 anos, e Welison Filho, de 8 anos. As responsabilidades aumentaram e ele foi trabalhar inicialmente na Copiart, de Cosmo Pinheiro, que funcionava no Abolição IV, de onde seu irmão Wilson tinha acabado de sair. “Conheci os programas de arte porque nosso pai havia comprado um computador para Wilson e o via trabalhar. Fui gostando da arte do desenho e aprendendo todas as ferramentas do programa Corel Draw”, conta Welison. Fazia peças com os desenhos dos Simpsons, Esmilinguido, Bad Boys, símbolos dos times de futebol, e também artes para adesivos de bicicletas. A empresa se especializou depois em adesivos holográficos, um grande aprendizado na arte serigráfica. Depois Welison foi contratado por Shampoo Color como restaurador de fotos. Foi onde deu seus primeiros passos no programa de edição de imagens citado no começo desta história. O Photoshop entrava em sua vida. No vizinho estava Michelson, da Repet, que constantemente o chamava para trabalhar em sua recém-criada empresa. Quando decidiu aceitar, foi trabalhar com Geovani, Bosco e Tonhão, onde ganhou experiência e aperfeiçoou sua técnica. Em seguida, o publicitário Fabiano Santos o contratou para a agência Modus Propaganda e de lá para a gráfica do Jornal de fato, onde passou a maior parte de sua vida profissional, de 2002 até 2010. “Na gráfica o salário era compensador e a estrutura boa, com muitos serviços e alguns serviços extras apareciam para complementar a renda, principalmente em época de campanha eleitoral”, lembra. Welison ainda passou mais dois anos na agência de propaganda Alvo, do Wando Souza, antes de ser convidado para produzir as artes do supermercado Rebouças.

INICIA-SE ENTÃO A NOVA FASE EM SUA VIDA PROFISSIONAL. A empresa decide montar uma equipe própria para produção de suas peças publicitárias, em particular os encartes semanais de produtos em promoção. “Muitas vezes virava a noite para finalizar os trabalhos. Como não tínhamos um banco de dados, era preciso fotografar cada produto em promoção. Com o tempo, a equipe foi sendo ampliada e deu até para a empresa investir em meus conhecimentos na área de edição de imagens”, conta Welison. Foi assim que em 2012, ao ver na Internet o evento Photoshop Conference, demonstrou interesse em participar e teve seus custos de viagem pagos pela empresa. Foi quando assistiu o Adrenalina Pura e pensou: ‘quero participar disso aí’. Já no ano seguinte, se inscreveu para o evento mandando uma imagem para concorrer ao desafio. Teve o incentivo dos amigos de Mossoró e dos grupos do Desafio Photoshop Brasil nas redes sociais, que fez após o evento do ano anterior. Sua imagem denominada ‘Força Bruta’, mostrava um homem amordaçado em uma cela. Cinco dias antes do evento, através de email, a grande surpresa. Welison havia sido classificado entre os seis que apresentariam o trabalho no palco. Em meio a grande alegria, divulgou, vibrou, contagiou a todos com esta vitória inesperada. Somente depois caiu a ficha: teria que falar em público, coisa que nunca tinha feito antes, com toda sua timidez e gaguice. Passou cinco dias treinando tudo o que diria naquele momento mágico. Repetia inúmeras vezes para se sentir seguro, e viajou tentando controlar a ansiedade. Chegado o grande momento, foi o último a se apresentar. Os concorrentes anteriores demonstraram firmeza, conteúdo e fluência em inglês, já que as ferramentas do programa são mais conhecidas pela denominação de sua língua de origem. Ao colocarem o microfone em sua roupa, Welison conta que começou a suar frio. Disse que era de Mossoró e tentou lembrar-se do que tinha treinado em casa, quando descobriu que existia um branco em sua memória. O nervosismo o havia feito esquecer coisas básicas, como dar um ‘Control Z', ou mesmo mexer no mouse, para o qual pediu ajuda para o organizador do evento, Alexandre Keese, que vendo sua tremedeira, subiu ao palco.

TERMINADA A EXPOSIÇÃO EM MEIO AO RISO DO PÚBLICO, Welison não tinha a menor expectativa de sair-se vencedor daquela disputa, pois não sabia que também tinha deixado a admiração e aprovação de seu belo trabalho na mente de todos os presentes. Na hora da escolha, mais de 600 pessoas foram convocadas para aplaudir cada um dos seis trabalhos. Foi percebendo, no entanto, que os aplausos para seus concorrentes não estavam lá essas coisas, desabando no choro quando os aplausos, assobios e gritarias para seu trabalho o presentearam com a maior emoção já vivida em sua vida. Na entrevista que concedeu para equipe do evento (ver link abaixo) Welison disse: “Quando chegou minha vez eu pensei: O que eu vou falar para esse povo, meu Deus!. Eu já estava lá e não tinha para onde correr, tinha que enfrentar e fui com a cara e a coragem apresentar meu trabalho. Para minha surpresa, fui aplaudido com muito entusiasmo. Olha, ali foi a maior emoção que eu senti na minha vida profissional. Foi difícil expressar a emoção! Muito bacana foi ler em matéria do evento que eu fui ‘Responsável por uma das apresentações mais surpreendentes e descontraídas da história do Photoshop Conference’. Isso não há dinheiro que pague tamanha felicidade!” Para os ‘especialistas’ que duvidaram do mérito daquele prêmio, do talento do jovem mossoroense, apontando para a sorte, ou para a apresentação inusitada como justificativa para o êxito. Nada como um novo ratificar o sucesso em um novo evento. Ainda com o total apoio do supermercado, Welison voltou a concorrer em 2014 e novamente venceu. Mais ainda, foi segundo lugar em 2015. O reconhecimento mudou o rumo de sua vida, deu ao profissional segurança necessária para investir em novos projetos, e fez não só sua família sentir um orgulho medonho por suas conquistas, como também toda cidade de Mossoró, ao ver um filho conquistar o mundo através da dedicação, esforço e talento. Hoje Welison trabalha em casa, produzindo trabalhos para clientes que estão no Brasil, Itália, Portugal e Japão. Organiza cursos de edição de imagens e se sente feliz em poder com o seu trabalho sustentar esposa e filhos. “O que eu tinha medo era se teria condições de manter minha família. Na vida real não temos ferramentas mágicas a disposição para melhorar de uma hora para outra as diversas situações da forma que desejamos. Temos mesmo é que nos esforçar, tendo a convicção de que os resultados só virão com muito trabalho”, finaliza.

Obs: Imagens de Welison vencedoras em 2013, 2014 e a 2º lugar de 2015, respectivamente.

Ver entrevista de Welison a equipe do evento em: http://www.photopro.com.br/noticias/vencedor-adrenalina-pura-2013-welison-alexandre/

 
 
 

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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