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HONESTIDADE, DEDICAÇÃO E TRABALHO.

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 12 de fev. de 2016
  • 4 min de leitura

FRANCISCO LEÃO BEZERRA FILHO

Chico Leão é o quarto filho dos dez criados pelo agricultor Francisco Leão Bezerra e a dona de casa Maria Bezerra de Castro no Sítio Caraúbas, distrito de Upanema. Nasceu em 12 de fevereiro de 1945 e até os dez anos viveu naquela dualidade de tempos bons , quando a chuva vinha, e tempos difíceis, ao bater a seca medonha. Ao lado dos pais e irmãos (Maria, Lucimar, Donato, Antônia, José, Darquinha, João, Naides e Manoel), chegaram em Mossoró em 1955 para morar nas ruas Venceslau Braz e Tibério Bularmarqui, até poderem comprar a casa da rua Dom Pedro Segundo. Seu Chico estudou no colégio União Caixeral e concluiu o ensino médio no Colégio estadual. Ainda criança, começou a trabalhar na Padaria Oriental, do Sr. Eli Apolinário, na Rua Mário Negócio. Começou como padeiro, arrumando as bolachas, até chegar ao balcão e muitas vezes assumindo a gerência do estabelecimento na ausência do patrão. Até a química da massa ele aprendeu a fazer e, muitas vezes, era quem a preparava para a comercialização dos pães do dia. “Foram oito anos que me deram o aperfeiçoamento profissional necessário para os desafios que vieram em minha vida”, destaca Chico de Tico, nome como era chamado na época. Depois que saiu da padaria, passou um tempo desempregado antes de trabalhar com José Serafim, em seu Armazém de Secos e Molhados, setor de faturista, um cargo de confiança. Neste intervalo, conheceu Nilza Morais, oito anos mais nova do que ele, no ‘sereno do circo’, referência aquele local onde ficam pessoas que não vão entrar para o espetáculo, apenas ficam vendo a movimentação do lado de fora.

COMEÇARAM A NAMORAR MENOS DE UM MÊS DEPOIS. Um namoro que durou dez anos, a espera de tempos melhores para o casamento que se realizou em 16 de janeiro de 1974, e do qual nasceram quatro filhos homens: Wagner, Fagner, e os gêmeos Diogo e Diego. “Não casamos antes porque não tínhamos uma casa. A dificuldade era tão grande que para casar no cartório pedi a meu irmão Donato uma camisa vermelha emprestada”, conta. Nos dois empregos em que Chico Leão havia trabalhado, demonstrou claramente sua característica de homem honesto, o que deixava seus patrões confiantes em poder contar com o funcionário até para tomar conta dos caixas e de levar o apurado para depositar no Banco. “Certa vez, quando notei que um depósito que seu Zé Serafim mandou fazer tinha mais dinheiro do que ele tinha anotado, fiz questão de depositar tudo e lhe dizer que ele tinha contado errado o dinheiro. Ser honesto é a maior virtude de um homem”, diz orgulhoso. Quando estava no seu terceiro ano no comércio de cereais, Chico recebeu a oportunidade de fazer um curso de Segurança do Trabalho, em Natal. Concluído, foi convidado para trabalhar na fábrica de cimento Nassau, setor de segurança, orientando os demais funcionários a como não se envolver em acidentes e preparando a empresa para evitá-los. A proposta salarial foi três vezes maior do que o que recebia no emprego anterior, e Chico não pensou duas vezes. Mesmo assim, fez uma promessa a si mesmo: ‘Vou passar dois anos nesta empresa e depois coloco um comércio próprio’. Mas não foi bem assim que aconteceu. Antes mesmo deste prazo, colocou um pequeno negócio, uma bodega, na casa da namorada. Não durou muito pelo fato da futura sogra não está gostando nadinha da filha, ainda não casada, receber o tempo todo em sua casa o namorado. Ainda reabriram a bodega meses depois, até Chico dar o grande passo em sua vida. Na esquina das ruas Rodrigues Alves com a Marechal Deodoro, alugou um ponto comercial ao Sr. Edgar Burlamaqui, que depois ainda o ajudou bastante, não só o vendendo este ponto em definitivo, como também facilitando a venda da casa colada ao comércio onde a família de Chico Leão mora até hoje. “Foi quem mais me estendeu a mão em Mossoró”, agradece.

O VARIADO COMÉRCIO DE CHICO LEÃO ESTEVE ABERTO de janeiro de 1975 até o desmantelo da época de inflação do governo de José Sarney, quando as contas eram corroídas diariamente e vender fiado se tornou inviável. “Foi quando comprei um ponto na Cobal e fui vender carnes e queijos, dando outra levantada em minha vida”, relembra. Este ponto está aberto até hoje sob a administração de Wagner, seu filho mais velho. Chico Leão nunca foi de vender nada do que adquiriu na vida, pois só ele e a esposa sabem do esforço que foi construir tudo que possuem. Foram tempos de muito trabalho para sustentar seus filhos. “Acordávamos de quatro da madrugada e só parávamos de nove da noite. Muitas vezes emendávamos os dias quando era para pesar e ensacar os alimentos. Nunca eu e minha esposa tivemos férias”, explica. Quando se aposentou é que pôde, finalmente, curtir um pouco mais a casa e a família, ajudando Nilza nos afazeres domésticos. Um exemplo é seu prazer em fazer cocada para os netos Zuerve e Apolo. “Estou realizado e satisfeito com minha vida, sem luxo, mas com certa tranquilidade, podendo ajudar meus filhos, vendo-os batalharem para ser alguma coisa nesta vida. Fico feliz só em saber que hoje eles possuem muito mais do que eu possuía quando minha família aqui chegou. Cada um possui um imóvel e pode organizar suas famílias com menos sacríficos dos que eu tive que passar”, desabafa. Para Chico Leão, sua vida dentro do comércio serviu para fazer muitos amigos e obter o aprendizado necessário para crescer. “Saber comprar foi o meu grande segredo, pois sempre tínhamos preço competitivo para agradar o cliente, que voltará mais vezes. Tratar bem a todos, com respeito e amizade sincera também ajuda e fortalece os seus caminhos de quem acredita na força do trabalho honesto”, finaliza Chico, agradecendo a Mossoró pela acolhida como filho: “Nem mesmo meus negócios que deram para traz justificariam o não agradecimento por tudo que esta cidade me deu de oportunidades e alegrias”.

 
 
 

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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