CORAGEM PARA ACREDITAR.
- obomdemossoro
- 10 de fev. de 2016
- 5 min de leitura

JOSUÉ DE OLIVEIRA MOREIRA
A descrença em relação à classe política brasileira é a cada dia maior. Poucos ainda acreditam na boa fé daqueles que colocam seus nomes para defender a população e resgatar a eficiência do poder público. Diante dos maus serviços, da falta de resultados concretos e das graves denuncias de corrupção em todas as faixas do poder, os bons acabam se afastando para evitar se enlamearem, deixando o caminho ainda mais fácil aos homens de pouca fé e muita malandragem. Por outro lado, a sociedade começa a enxergar que não pode apenas cruzar os braços e aguardar o caos total. Chegará o momento em que será preciso uma revolução de princípios e valores, calçada nas leis da justiça e da sobrevivência, para resgatar um destino que parece perdido no tempo. Para isso será fundamental a coragem para acreditar que é possível reerguer o país, livrando-o dos canalhas populistas e dos carniceiros dos cofres públicos. O quinto filho dos sete do casal José Osvaldo Moreira e Orivaneide Costa de Oliveira Moreira diz ter esta coragem, acreditando ser possível mudar o rumo de nossa história. Josué Moreira nasceu em Mossoró no dia 23 de julho de 1972, criado no bairro Bom Jardim, tomando banho na barragem do rio Mossoró e brincando com os amigos de futebol, bola de gude e fura peixe. Estudou seus primeiros anos na escola municipal Felício de Moura e na estadual Dix-sept Rosado. Com a mudança da família para Campina Grande/PB, Josué concluiu o ensino fundamental no colégio 11 de Outubro, enquanto o ensino médio fez em Belém de Maria, Pernambuco, no colégio interno Educandário Nordestino Adventista. “Foi onde aprendi a entender melhor o mundo, ser um homem disciplinado e lutar pelo que acredito, pois tive professores que me orientaram para a vida inteira, como Silvio Arruda, de biologia, que me inspirou a entrar na área veterinária”, lembra.

SEU OSVALDO TINHA UM COMÉRCIO NO BAIRRO BOM JARDIM, em Mossoró, que todos conheciam como a mercearia de ‘Dedé Crente’, devido ter ele passado de católico praticante para crente fervoroso. No entanto, quando seu irmão Raimundo Oceliano Moreira adquiriu um comércio de varejo e atacado na Feira Central de Campina Grande, aceitou o convite para tomar conta do negócio. “Meu pai foi gerente da Só Ovos até chegar o momento de poder comprar do irmão a empresa, adquirindo prédio próprio no mesmo local que é o principal centro comercial da cidade e onde mora até hoje com a família”, conta Josué. Para quem havia chegado de Cacimba Funda, uma comunidade entre o Ceará e o Rio Grande do Norte, em cima de uma carrada de carvão para vender em Mossoró, e de ter aprendido a ler a partir de seu amor pela bíblia, a realização de ter podido sustentar a família estar de bom tamanho. “Tenho orgulho de meus pais por terem vencido todas as dificuldades que a vida colocou em seus caminhos. São exemplos para minha caminhada”, revela. Em 1998, Josué concluiu o curso de Medicina Veterinária no Campus de Patos e casou com Paula Alves Fernandes, uma namorada que havia deixado em Mossoró, principal motivo pelo qual sempre voltava para cidade. Com ela teve Letícia Vitória, hoje com 11 anos. Devido o casamento, voltou a residir na cidade, abrindo uma farmácia de produtos veterinários próximo à Cobal. Vendeu o negócio ao passar no concurso de professor substituto da UFERSA, onde ensinou ‘Epidemiologia e Saúde Pública’ e ‘Inspeção de Produtos de Origem Animal’. Um estágio curricular que havia feito na Universidade de São Paulo (USP) e as experiências adquiridas nos matadouros Anglo S/A e Minerva, na cidade de Barretos/SP, deram a base para as duas disciplinas.

QUANDO ACABOU O CONTRATO COM A UFERSA, Josué aproveitou um convite da Prefeitura de Itaiçaba/CE para lá montar a vigilância sanitária, ser responsável pelo matadouro público e pelo controle de endemias e zoonoses. “Foi minha primeira experiência no serviço público. Cheguei a ser Secretário de Saúde e tive convite para entrar na política como Vice-Prefeito, mas relutei. Não me achava preparado para a disputa”, afirma. Em 2005, a Prefeitura de Aracati o contratou para controlar uma epidemia de dengue que preocupava toda a população. Por lá acabou ficando dois anos. Trabalho reconhecido, a Prefeitura de Canindé também o contratou para controlar um surto de dengue no município que recebe anualmente mais de um milhão de pessoas, romeiros devotos de São Francisco. Nesta cidade Josué conhece Adriana Lourenço Mendes, funcionária da saúde, e com ela inicia um relacionamento que dura até hoje e do qual nasceu Amanda Raquel, hoje com 9 anos. Do ponto de vista técnico, Josué estava tão bem avaliado que o estado do Ceará, através da 16ª Regional de Saúde o convida para gerenciar o setor de controle de endemias de cinco municípios: Camocim, Granja, Martinópole, Chaval e Barroquinha. Depois deste trabalho ainda passou mais um ano apenas prestando serviços ao município de Camocim até que a Prefeitura de Mossoró abriu concurso para saúde em Medicina Veterinária. Classificado em primeiro lugar, foi convocado para coordenar o programa de controle da dengue e, posteriormente, para gerenciar o Centro de Controle de Zoonoses. Em 2010, fez ainda o concurso para o Instituto Federal de Educação do RN (IFRN), passando para o cargo de professor de Zootecnia e Sanidade Animal, o que o fez pedir exoneração da Prefeitura de Mossoró. Desde então ensina no Campus de Ipanguaçu, viajando quatro dias por semana para dar aula naquele município.

NA ELEIÇÃO DE 2012 PARA PREFEITO DE MOSSORÓ Josué decidiu dar um passo importante em sua vida. Suas diversas experiências no serviço público haviam lhe mostrado que as decisões definitivas nunca saiam do corpo técnico, e sim, dos agentes políticos, que nem sempre estavam interessados em resolver os problemas, mas sim, os seus próprios interesses políticos, eleitorais e até mesmo pessoais. “Via que as coisas não andavam, travavam nos gabinetes, e prometi para mim mesmo que quando eu pudesse seria candidato para mostrar que é possível qualquer cidadão de bem poder exercer seu papel na sociedade, participando, opinando e se dispondo a resolver os problemas que são de todos, e não de alguns poucos grupos de poder”, explica. Para ele não é só uma questão de ser o novo na política, e sim, de criar uma consciência dos caminhos que podem transformar o que está errado há anos em uma fórmula que traga benefícios para todos. “Fui candidato a Prefeito em 2012 e estou novamente participando do processo em 2016 para contribuir com a sociedade em meio aos desmandos de uma classe política que entrou no descrédito total. Seria fácil de fora apontar o dedo aos outros. Difícil é meter a cara e se envolver no processo de forma direta e consciente”, argumenta. Josué acredita que somente através da política é que a sociedade pode alcançar as soluções para os seus diversos problemas. No entanto, afirma, “o eleitor deve mudar sua postura em relação aos candidatos, pois a raiz dos problemas não está na compra dos votos, e sim, na venda, que não é só praticada pelos pobres, mas por muitos intelectuais da classe média que relacionam seus apoios aos interesses mesquinhos e particulares”, denuncia. “Nasci em Mossoró e é por esta relação que mantenho com minha cidade que continuarei a buscar o sonho de poder contribuir com o meu exemplo para sua evolução e desenvolvimento”, finaliza.

Comments