MINHA EXPERIÊNCIA COM O ESQUI.
- Larissa Amaral
- 1 de fev. de 2016
- 3 min de leitura

Como estamos em clima de inverno, hoje vou escrever sobre minhas experiências esportivas que muito me ajudaram na libertação de certos medos que eu tinha. A Suíça é composta por trinta e quatro estações de esqui, mas escolhemos Leysin, na Comuna do Vaud, à 126 km de Genebra, aproximadamente 1h e 40 min de carro, por ter a terceira melhor estação de esqui do país, com muitas opções de esqui ou snowboard. O hotel era próximo à pista de ‘debutante’, e o mais legal é que além de todo conforto de um quarto quentinho com uma vista encantadora, nos oferecia piscina térmica, jacuzzi e sauna. Estava perfeito o início das férias de esqui do ano passado, até o aluguel do equipamento. Não pelo preço, pois o peguei na própria montanha, quando poderia ter feito em Genebra, mas pela minha decisão tardia em praticar o esporte. Gente, caminhar com as botas de esqui já achei super difícil (musculação do ano todo), mas não poderia desapontar meus familiares que com toda paciência e carinho estavam me incentivando a vencer... e vencer mesmo! Sem exageros, cada etapa era um obstáculo a menos... Para que vocês possam entender de onde vinha todo esse medo, vou resumir um pouco minha primeira experiência com esportes radicais, na Barra de Pernambuquinho, Grossos.

EU ME RELACIONAVA COM UM RAPAZ QUE AMAVA KITE SURF e só podia ter um sonho de ter uma namorada esportiva, pois me presenteou com o equipamento para meu treino. Primeira vez que entrei na água para tentá-lo, já fui arrastada por uma rajada de vento que não sei de que lado veio, mas veio, me lançando para areia. Quem conhece a barra, já imagina como foi o ‘quedão’. Minhas pernas ficaram arranhadas por causa das ‘lâminas’, aqueles búzios quebradinhos... Na mistura da vergonha com a dupla frustração (a do rapaz e a minha) chorei... Nessa época de recuperação dos pequenos ferimentos, fui tão paparicada, que até hoje não entendo porque às vezes é necessário nos machucarmos para recebermos carinho triplicado... Mas não quero falar de comportamentos alheios, mas do meu sucesso de ter vencido medos! Quando eu cheguei à pista debutante, eu achei ótimo, afinal eu tinha vencido o primeiro obstáculo. Gente, mais aí veio o segundo, encaixar e me equilibrar. Eu estava pálida, segundo informações, e não duvido, porque naquele momento ‘caiu a ficha’ e me bateu o arrependimento de ter inventado isso... Mas aí eu pensei: vou conseguir... Vamos lá! Comecei a ouvir as instruções do meu tio sobre como me equilibrar, como frear e como marchar sob aquela ‘parafernália’ toda. Se não bastasse, havia esteiras para nos levar ao ‘topo’ da pista, e pensei, agora será tudo ou nada... Subi, mas quando olhei lá para baixo, encarei meus familiares, dei aquele sorriso ‘xoxo’ e disse: quem vem comigo? Todos! Não sei se foi pior, ou melhor. Estava ‘segura’ mas a pista que era tão pequenina se tornou a mais gigante e inclinada do mundo. Tomei uma velocidade que posso comparar ao 'TGV', e com medo, me sentei na neve para tentar parar o esqui... recebendo aquela ‘força’, tive que aprender a me levantar apenas com a teoria, pois o que todos queriam eram me ver esquiando sozinha.

DEPOIS EU FIQUEI REFLETINDO sobre aquele obstáculo nem havia necessidade de acontecer, mas eu o criei por pura insegurança e desobediência! Se pararmos para refletir, é assim em nossas vidinhas malucas. Muitas vezes a gente freia situações porque achamos que estamos rápidos demais, usando a maneira errada, sim, pois já havíamos sido instruídas como parar da maneira correta. Quando nos damos conta estamos nos erguendo ‘sozinhos’ contando apenas com a ajuda de Deus! Mas eu consegui! Quando já estava dando meus passos sozinha, meus familiares aproveitaram para subir a pista azul e vermelha que são os níveis que pretendo vencer nos próximos treinos. E eu me vi mais uma vez sozinha! E me veio outra reflexão: existem momentos que estamos rodeados de pessoas para nos incentivar a vencer, e quando estamos galgando nossos tímidos passos, precisamos continuar ainda que não tenha ninguém ao lado nos observando ou nos avaliando. Quando a turma subiu aos níveis superiores, eu tinha duas opções, me sentar tomando um café, ou continuar treinando. Confesso que o primeiro desejo ‘latejou’ mas o fato deles terem preparado tudo para mim naquele dia, me motivou a descer, descer e descer... Depois as demais descidas ficaram menos estressantes dentro do meu corpo, e eu pude usufruir do esporte, da neve e da paisagem com toda harmonia possível. Para as próximas vezes, pois prentendo subir novamente uma pista de esqui esse ano, acredito que será mais fácil, apesar de ter que vencer o medo da pista azul, mas com tudo isso eu pude ver que sou maior que o medo, basta a gente entender que precisamos vencê-lo, mesmo que de pouco a pouco!
Foto de capa: Larissa com as primas Loriana e Ana Júlia.

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