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OS 'CAUSOS' DE UM PIRATA CAMPEÃO.

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 28 de jan. de 2016
  • 6 min de leitura

ALCIDES ANDRADE DE OLIVEIRA JUNIOR


Alcides Andrade nasceu em Mossoró no dia 16 de agosto de 1956. Seu pai, falecido há dez anos e do qual herdou o nome, era coletor federal, o que hoje seria auditor fiscal. Sua mãe, Layze Maria Escóssia Cavalcanti de Andrade, aos 80 anos e professora aposentada, está sempre recebendo a atenção dos quatro filhos vivos, já que o 3º, Júlio César, faleceu aos cinco anos em um acidente na estada de Tibau. Cavalcanti, o mais velho, por várias vezes foi diretor da CAERN, Leila, artesã e ex-funcionária da Telemar, e Ana Luiza, funcionária pública municipal. A família morava no Centro, em casa alugada a Zuca Paiva, até o pai construir a casa em frente à Praça da Redenção onde até hoje dona Layzinha mora. Alcides, o segundo filho, estudou nos colégios Dom Bosco e Diocesano até ‘inventar’ de fazer o 2º ano do ensino médio em Brasília, no Colégio Integrado, levado pelo desejo de crescer no vôlei, pois já era da seleção do Rio Grande do Norte e já havia sido inúmeras vezes campeão neste esporte que desde os 10 anos praticava, como levantador, já que a altura de 1,63m não o permitia outra posição. Chegou a seleção juvenil de Brasília jogando pelo Minas Brasília Tênis Clube, treinado por Otto Moravia, ex-técnico da seleção brasileira feminina. Questões familiares, porém, o fizeram voltar para Mossoró, onde ainda jogou vôlei até 1994. Concluiu o ensino médio no anexo da Escola Estadual Jerônimo Rosado e logo entrou no curso de Educação Física da UERN. Porém, dois anos depois trancou o curso para fazer Direito, concluído em 1981, quando começou a exercer a profissão em escritório próprio.


JÁ ERA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA do Dom Bosco desde 1976, onde também era o treinador de vôlei. Esta atividade exerceu durante 38 anos, também no Estado desde 1985, pois havia passado em concurso público após ter concluído o curso de graduação que havia abandonado anteriormente. “Mesmo com estas duas graduações não parei de estudar. Fiz Letras e iniciei Ciências Sociais. Estes dois cursos me somaram conhecimentos e informações, mas também me possibilitaram continuar participando de competições esportivas universitárias por mais alguns anos”, explica. Alcides foi ainda lateral esquerdo do Baraúnas, mas diz que a faculdade e as poucas condições do futebol local o afastaram deste caminho. Inquieto, sempre falante, espirituoso, contador de histórias, lembra que tinha 12 anos quando em uma homenagem à bandeira que era tradicional às quintas-feiras no Diocesano, foi chamado pelo Padre Alcir para discursar em nome dos alunos. “Semanalmente, sempre eram os mais peraltas os chamados, uma espécie de castigo”, enaltece. Com o microfone na mão, Alcides começou a repetir o discurso de José Vasconcelos, um dos maiores humoristas da época. “De tanto ouvir o disco de seu show, eu havia decorado o discurso que era muito engraçado. Fui ovacionado pelos alunos”, lembra. Esta condição natural de ser o centro das atenções, de atrair as pessoas, sempre o acompanhou, e foi fundamental no exercício de suas atividades profissionais, que requeriam conhecimento na arte da comunicação, na articulação de ideias e no convencimento a elas. Características que também o acompanharam nos relacionamentos amorosos. Em, 1977, aos 21 anos, conheceu e casou com Núbia Andrade, hoje comerciante, com quem teve André Santa Rosa, também advogado. Foram apenas dois anos de convivência, que se encerrou com os traumas naturais.

NESTA MESMA ÉPOCA, ENVEREDOU NO CAMPO EMPRESARIAL ao colocar a Boate 2001 com os sócios Raimundo Melo e Lenilson Fernandes. A boate durou cerca de um ano e meio, tempo suficiente para Alcides conhecer Socorro Liberalino, frequentadora assídua do local com suas amigas. Com ela casou em 1985 e teve Artur Eymard, estudante de Psicologia da UNP. Este relacionamento durou até 2006. “Existe nos casamentos um desgaste natural. São desentendimentos, falta de interesse comum, distanciamentos de ideias que fazem diminuir o prazer de estar junto. Muitas vezes é melhor separar e manter o respeito e a amizade do que forçar a convivência desarmoniosa. Até hoje tenho amizade por minhas duas ex-esposas”, explica. Em 2007, voltou a casar com Verusca Brandão, que segundo ele o rejuvenesceu, renovou seu apetite pela vida, lhe indicou caminhos e possibilidades novas. “Sua compreensão, seu afeto para comigo abriu o caminho até para que meu filho Artur viesse morar conosco. Algo por demais valioso em minha vida”, revela Alcides. Certo dia, seu filho André sugeriu que os causos que ele distribuía de forma espontânea e engraçada por todos os seus grupos sociais fossem eternizados. Ele mesmo criou um blog e ensinou o pai a atualizá-lo. “Ele é um contador de histórias nato”, diz André. São histórias que vivenciei e que com minha versão apimentada ficaram ainda mais apetitosas, boas de ser lidas e divertidas, sempre com a preocupação de respeitar os personagens”, Descreve. No dia 18 de outubro de 2013 os melhores ‘causos’ que já haviam sido publicados na internet acabaram virando livro: Causos do Pirata, lançando Alcides como escritor. A alcunha ‘Pirata’ decorreu de uma paralisia facial que ele teve aos dois anos de idade que veio a prejudicar o ouvido e o olho esquerdo, o que o faz fechar o olho ao sol. Foi o professor Hildeberto, da UFERSA, que colocou este apelido utilizado no título do Blog e do Livro. “A procura do livro foi tão grande que tive que fazer uma segunda edição logo em seguida, que também já se esgotou”, revela Alcides. Para os próximos dias Mossoró pode se preparar que já está no forno o ‘Causos do Pirata II’, com novas histórias, prefaciado por padre Guimarães e apresentado por Paulo Linhares, dois amigos de longas datas. Enquanto não chega, o leitor de O BOM DE MOSSORÓ se deleita com os causos abaixo, ou diretamente no endereço eletrônico do Pirata.

ALGUNS CAUSOS DE ALCIDES ANDRADE EM ‘blogdojuniorpirata.blogspot.com.br’: ‘Dava aulas à noite em um colégio, às sextas feiras e a frequência era mínima. Daí, a diretora veio me pedir para dar uma revitalizada, uma animada, ou seja, Up Grade. Eu lhe respondi: Tá bom, sexta que vem eu trago minha churrasqueira.’


‘Essa me foi contada por meu amigo William Robson sobre uma turnê de sua Banda Comumraio. Estavam eles tocando em Macau e, nessas cidades, geralmente, tem uns babacas que querem melar as coisas boas da vida. Pois bem, dito empata-foda ao passar em frente à banda e ao se deparar com o vocalista Joelson Souto, com sua cabeleira esvoaçante proferiu o seguinte desafio: NÃO GOSTO DE HOMEM DE CABELO GRANDE! Daí, Joelson bem agressivo respondeu: E EU NÃO GOSTO DE HOMEM DE JEITO NENHUM!’


‘Minha sobrinha que mora em Natal, de nome Leyziane, recentemente, teve uma filhinha e quando veio a Mossoró, estando na casa de minhas tias, conversava sobre os gastos com uma criança e, perguntaram-lhe quando ela ia ter outro (essas perguntas bestas que mulheres fazem) e ela alegou justamente isso, ou seja, despesas necessárias para ter um filho e que era preciso de muito dinheiro e tal. Daí, minha tia Corália, que até aquela altura não havia dito nada e que, recentemente, completou a idade de 90 anos e já anda variando das ideias, saiu com essa: E num é preciso só o pau, não? Pode uma coisa dessas?’


‘Comecei minha carreira de treinador de voleibol quando ainda jogava e perdi minha vergonha mais cedo ainda. Inicialmente, assumia, esporadicamente, o feminino, para posteriormente assumir as esquipes masculinas. Pois bem, outro dia, em priscas eras, quando orientava a equipe feminina do selecionado de Mossoró, aconteceu um lance que a meu modo de enxergar seria de fácil resolução, mas, mesmo assim, Lúcia (a qual não vou dizer o sobrenome) não conseguiu salvar a bola e eu parti para reclamar, quando ela me dizia: Mas, Junior, valeu a intenção... Eu, na bucha respostei: Se intenção valesse, você já tinha um bocado de filhos meus... As, outras, caíram na risada!’

EM UMA REDE SOCIAL, ao responder uma acusação de ser 'gaiato', Alcides acabou nos dando uma resumida de sua vida e de sua essência, texto perfeito para concluirmos a história deste professor da vida, espontâneo, carismático, batalhador, vencedor: um verdadeiro 'pirata campeão'.


“Gente, às vezes a gente se ‘perde’ respondendo a alguns comentários aqui no FACE, principalmente, os dos militontos (não vejo desrespeito nenhum em tratá-los assim, posto que me tratam pela alcunha de Coxinha, sem nem mesmo saber em quem vou votar na próxima eleição. Só sei que não vai ser no PT). Fui acusado de viver de gaiatices, ora, logo eu, que passei a vida toda correndo atrás de alunos, ensinando, soltando presos, separando casais (rsrsrs), defendendo na tribuna direitos trabalhistas de hipossuficientes, sem ter férias por durante mais de 38 anos, nunca gastando mais do que ganho, sem nunca dever o que não posso pagar! Não, não aceito essa alcunha, porquanto, não confundo SERIEDADE COM SISUDEZ, vou ser, sim, sempre alegre e feliz, entretanto, pelos exemplos que vejo na política, através de todos os partidos, mas, o que me chateia mais são os do PT, pois foram eles que apagaram os últimos sopros de esperança de um partido honesto no país, uma vez que pregavam a seriedade com a coisa pública. Já morro de medo de acabar cedendo e virando desonesto para ser ‘normal’. Mas, farei de tudo para não ceder à tentação da desonestidade. Já quanto a gostar de ser feliz, praticar o bem e fazer os que me rodeiam um pouco mais felizes, isso nunca vou deixar de ser e fazer. Sim, respondendo à ‘gaiatice’, digo que não sou gaiato, sou escritor. Vai sair o meu segundo livrinho de causos, agora, depois de março, se Deus assim me permitir e eu ganhar honestamente para publicá-lo, sem nenhum favor de políticos ou da coisa pública."

 
 
 

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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