top of page

UMA LIÇÃO EM VERSOS.

  • Josselene Marques
  • 31 de out. de 2015
  • 2 min de leitura


Vez por outra, em virtude das pressões do dia a dia, dos conflitos familiares e/ou da sobrecarga de trabalho, ficamos tão insatisfeitos e impacientes que sentimos vontade de radicalizar, isto é, renunciar a tudo e ir embora – de preferência para bem longe! Entretanto, controlada a intemperança, percebemos que, na verdade, o afastamento não é bem o que queremos e nem a solução, embora possa nos deixar uma lição. Pois é, meus amigos, há seis anos, passando por uma fase difícil, eu também optei pela solitude – a solidão poética – como válvula de escape. Nessa fuga, escolhi a cidade serrana de Martins/RN para estar comigo mesma. No hotel em que me hospedei, fiquei conhecida como ‘a moça que veio sozinha’.

Sempre que saía do meu apartamento para fazer as refeições, quase todos me olhavam com estranhamento e, pela leitura que fiz de cada um deles, tenho quase certeza de que estavam na expectativa da chegada de uma pessoa para me fazer companhia, pois não conseguiam entender como alguém poderia encontrar prazer em estar isolado, distante de seus pares e familiares. Eu lhes asseguro que a sua curiosidade não me incomodou. Muito pelo contrário: já mais tranquila e relaxada, eu até me divertia com ela. Foi uma semana ímpar em que, naturalmente, depois que cansei da introspecção (que durou apenas dois dias), voltei a sorrir e a interagir, como é de meu feitio. Acabei fazendo novas e despretensiosas amizades e conhecendo um lugar especial e acolhedor, embora sem hipótese de comparação com aconchego do meu lar, do qual passei a sentir saudade. Os meus sentimentos, durante esse retiro, expressei no poema ‘Solitude’, que compartilho agora com os meus preciosos leitores deste sábado. Eis, pois, a lição que aprendi em versos:


SOLITUDE Estou em completa solitude – reclusão voluntária – Num encontro comigo mesma, neste quarto de hotel. É noite. Abro a janela. Contemplo a natureza deslumbrante: As estrelas que cintilam na imensidão do céu, A lua generosa que me ilumina e banha E a vegetação abundante que se faz moldura Deste quadro cuja imagem, na mente, acabei de gravar.

Tranquilamente, olho em todas as direções...

E, como não vejo ninguém do meu convívio, Dou-me conta de que sinto a falta de todos. Que experiência ímpar é estar e aperceber-me só. Concluo: às vezes, é preciso ficar longe Para nos aproximarmos de quem amamos. É como se simulássemos a perda E, a partir de então, damos-lhes o devido valor.

 
 
 

Commenti


DIÁRIOS DE MOSSORÓ
SIGA
  • Grey YouTube Icon
PARCEIROS
PENSAMENTO DO DIA

 

Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

Cazuza

 

PROCURE POR TAGS
  • Grey Facebook Icon

© 2015 por O bom de Mossoró

bottom of page