SOMOS DELICIOSAMENTE ILÓGICOS.
- Augusto Cury
- 28 de out. de 2015
- 2 min de leitura
Por que os multimilionários estão em busca de mais dinheiro? Para serem mais ricos em uma existência tão efêmera? Por que uma pessoa solitária clama sem voz por um momento de afeto e compreensão? Por que um bebê coloca um objeto na boca, os jovens batem o coração excitado diante de suas namoradas, um cientista tem taquicardia quando faz uma nova descoberta? Todos estão procurando saciar sua emoção. Sem emoção não haveria frustrações, traições, suicídios, mas somente com ela somos seres humanos. Sem emoção, teríamos uma vida sem complicações; com ela, tudo é mais difícil, mas, ao mesmo tempo, gostoso, excitante, agradável. Sem emoção, viveríamos ilhados. Casais se separam prometendo que jamais se envolverão em outro relacionamento. Mas o tempo passa, a dor se alivia e, quando menos se espera, um jato de ansiedade os impele a uma nova jornada afetiva. Casais se submetem a exames estressantes para ter filhos. Sabem que terão noites de insônia, trabalharão mais para educa-los, perderão sua liberdade, mas nada consegue conter essa necessidade quando ela instiga a psique.
ALIENÍGENA OU SER HUMANO – Se você deseja ser excessivamente racional, desista. Em algum momento entrará em contradição. Se almeja ser extremamente cartesiano, matemático, desista. Em algum momento sua emoção o trairá. E, se conseguir ser racional e estritamente lógico, a vida perderá o sabor, o tempero. Estará apto para ser um alienígena, não um ser humano. Somos deliciosamente ilógicos. Nossos gostos, expectativas, sensibilidades, preferências, disposições mudam com o tempo. Quanto mais se expande nossa cultura, a consciência crítica, a capacidade de interiorização, o autoconhecimento e os projetos de vida, mais se modificam nossas emoções. Mas, independente dessas mudanças, todos temos uma ansiedade vital e ávida por prazer.
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