INCLUSÃO E CIDADANIA: FIGURANTES EM EXTINÇÃO.
- Josselene Marques
- 24 de out. de 2015
- 2 min de leitura

É com otimismo que observamos o avanço do processo de inclusão escolar nesta última década. Vários fatores têm contribuído para que mudanças venham ocorrendo no sistema educacional e, mais especificamente, em algumas escolas. Dentre eles, destacamos o apoio da mídia, a criação de leis, assinatura de decretos, cursos para formação de professores, custeio de equipamentos e materiais pedagógicos adaptados, construção de salas multifuncionais para o atendimento educacional especializado, enfim, uma gama de recursos investidos na educação para melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. No entanto, para fazermos cumprir as leis, deparamo-nos, até o presente, com inúmeros desafios e obstáculos que vão desde a resistência por parte de alguns profissionais de diferentes áreas, da maioria dos pais, até os entraves relacionados à acessibilidade, e às parcerias com alguns profissionais de áreas afins – que, por desconhecerem a seriedade do trabalho especializado da área educacional, acabam dificultando ou comprometendo, embora não deliberadamente, o processo de inclusão. Com relação ao grande número de professores ainda sem a formação inclusiva, observamos, de sua parte, a angústia, a ansiedade, o medo e muitas dúvidas. Realmente, é natural que se comportem assim diante de desafios dessa monta. Contudo, não precisam permanecer neste estágio. Eles têm que vencer, buscar caminhos e não fórmulas, receitas prontas ou manuais – até porque eles não existem.

CAMINHOS PARA INCLUSÃO DE TODOS – A diversidade é tão grande que, somente conhecendo cada caso, teremos condições de descobrir como essa pessoa com deficiência aprende, do que ela necessita, quais as competências que traz consigo e – ninguém se iluda! – não será nenhum curso que irá lhe dar essas respostas. É lógico que eles ajudam, facilitam, esclarecem, mas somente o convívio, a troca, a tentativa de comunicação é que nos darão o norte para explorarmos suas inteligências múltiplas, lhes oferecendo condições adequadas para aprenderem e, desta forma, garantindo o cumprimento do seu direito à educação e ao pleno exercício de sua cidadania. Se não tivermos a sensibilidade de admitirmos que pessoas com deficiência precisam ser abrangidas e não lhes dermos a atenção e o apoio necessários, elas apenas estarão inseridas, e não incluídas em sala de aula, ocupando carteiras e papéis de importância secundária – o que poderá provocar reações diferenciadas: alguns permanecem passivos, outros demonstram sua insatisfação através de atitudes agressivas como forma de chamar a atenção para si. Portanto, para que tenhamos condições de atendê-los, de forma criativa e eficiente, são necessárias muitas trocas de experiências entre as pessoas comprometidas com a inclusão e a constante busca de parcerias com a família e com os profissionais de outras áreas. Elas são relevantes e nos darão tranquilidade para educarmos na diversidade, observando a ética e jamais permitindo que os alunos com deficiência sejam meros figurantes do ensino regular.
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