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NEM CASAMENTO, NEM FILHOS.

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 24 de set. de 2015
  • 4 min de leitura

ELIZANGELA CABRAL DOS SANTOS

Na sua lista de 100 coisas que ainda tem para fazer, a professora de Estatística da UFERSA Elizangela Cabral nem colocou o item ‘Casar’, nem o ‘Ter Filhos’. “Não estão entre minhas prioridades, mas não descarto, caso venha aparecer alguém que realmente se mostre com valor para me fazer mudar de ideia”, explica. Nascida em Assu em 15 de dezembro de 1977, fez da educação sua ponte segura para conquistar seu espaço profissional, que hoje lhe dá o conforto necessário para traçar planos de vida sem as preocupações existentes no dia a dia da grande maioria dos brasileiros. Filha de José Fabricio dos Santos, motorista aposentado da Cosern, e Maria Barros Cabral dos Santos, possui apenas um irmão (sete anos mais novo), Ricardo Luiz, proprietário de uma Lan House no conjunto Liberdade I, onde os quatro moram. Quando nasceu, sua família morava na antiga São Rafael, mas logo veio morar em Mossoró. Mesmo assim, durante seus primeiros cinco anos, em muitos finais de semana se deslocava para se divertir na cidade inundada pelas águas da barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Depois, a partir de 1982, suas férias passaram a ter como destino a nova São Rafael, onde até hoje vivem alguns familiares. “Para as crianças não havia sentimentos saudosistas, diferentemente dos adultos, que passaram toda uma vida na cidade antiga. A emoção sempre é grande, tanto que neste ano, quando as ruínas voltaram a surgir completamente, meus pais me pediram para leva-los até lá, onde mergulharam em suas lembranças e saudade”, conta Elizangela.

APAIXONOU-SE POR ESTATÍSTICAS – Em Mossoró, fez quase que toda sua vida escolar no Colégio Dom Bosco. Somente a pré-escola foi no Educandário Silvio Mendes de Sousa. Estudiosa e disciplinada, passou no primeiro vestibular para Engenharia Agronômica da ESAM, hoje UFERSA. Apesar de querer Medicina, na área de pediatria, bastou o primeiro ano de Agronomia para fazê-la desistir de tentar a área médica. Encontrou-se nas áreas de estatística e cálculo, segmentos onde se aprofundou e que lhes dão a orientação profissional até os dias de hoje. Ao concluir o curso em 2000, ao invés de buscar emprego, Elizangela optou em investir no mestrado em Agronomia, na área de tecnologia pós-colheita de frutas e hortaliças, feito na cidade de Areia/PB entre 2002 e 2003. A fase experimental cursou na EMBRAPA de Fortaleza/CE. “Fui descobrindo que somos um país que ainda não se conscientizou que é essencialmente agrícola. Quando isto acontecer, nossa realidade se transformará”, acredita. Sua primeira experiência profissional se deu na Frutland, empresa que investiu no cultivo do melão nos municípios de Grossos, Baraúnas, Upanema e Aracati. Seu trabalho era no setor de inspeção e qualidade, com o objetivo de adaptá-la aos certificados exigidos pelo mercado. “Esta experiência me deu uma certeza: a de que o campo não era exatamente a área que eu gostaria de trabalhar”, conta. Neste tempo, aceitou uma bolsa da EMBRAPA de Fortaleza para um projeto na área de Certificação de produtos agropecuários, onde ficou por mais de um ano. Voltando para Mossoró, fez doutorado em Fitotecnia, na primeira turma criada pela UFERSA. Elizangela estava chegando onde queria, obtendo os títulos necessários para ingressar na universidade através de concurso público. Paralelamente, trabalhou no SENAR, Serviço Nacional de Atividade Rural, ligado a Federação da Agricultura do estado, FAERN, onde realizou viagens por toda a região Oeste ministrando cursos nas áreas de certificação. “As empresas exportadoras são obrigadas a possuir as certificações adequadas, daí a necessidade de se prepararem para chegar até elas”, explica.

AS IDEIAS DE UMA MULHER INDEPENDENTE – Nesta mesma época, estreou como professora na recém-criada Faculdade Mater Christi, na disciplina Estatística, para os cursos de Contábeis e Administração. Em meados de 2008, finalmente, ingressou na UFERSA ao passar em um concurso para professor substituto da mesma disciplina e com efetivação imediata. No mesmo ano, foi aprovada em concurso para professor efetivo e com dedicação exclusiva, estando desde janeiro de 2009 no lugar onde sonhou e planejou conquistar. Em maio deste ano, assumiu a coordenação do curso de Agronomia, mais um passo em sua escalada profissional. Obtida esta vitória, Elizangela passou a fazer muitas viagens, sua atividade de lazer preferida. Diz já ter conhecido 90% das capitais brasileiras e cidades como Gramado, no Rio Grande do Sul, e Paris, na Europa, capital da França. “Às vezes vou com amigos, em grupos, às vezes viajo só. Gosto de conhecer pessoas, conversar e fazer amizades. Chegar aos lugares e comer algo diferente, visitar os mercados para encontrar novos cheiros, sabores e o cotidiano daquela gente”, relata. Elizangela representa a mulher livre, leve e solta que conquistou um espaço para poder viver sem amarras, sem dogmas machistas de uma sociedade que sempre julga e condena com facilidade. “Ainda me cobram muito a formação de uma família, com marido e filhos. Quando saiu com minha turma do Dom Bosco, sou a única que não se enquadra neste perfil tradicional. Mas sinto que cada vez mais minha opção é aceita, e inclusive, admirada por mulheres que não estão plenas em suas vidas de esposa e mãe”, relata. Segundo ela, todos nós possuímos o poder de adaptar-se às diferentes situações da vida. “Hoje me sinto em harmonia comigo mesma, pois vejo que felicidade é gostar do que temos, procurando aquilo que ainda é possível conquistar. Tenho minha lista de coisas para fazer, dou à devida atenção as coisas importantes, mas sempre consciente de que a própria vida pode, de repente, mudar nossas prioridades”, afirma. Da sua lista, Elizangela já conseguiu fazer rappel e andar de tirolesa, por exemplo, mas diz faltar ainda coisas como pular de paraquedas e pilotar um carro em rally. Nunca buscou fama, mas foi entrevistada pelo O BOM DE MOSSORÓ por ter sido a MILÉSIMA pessoa a CURTIR nossa página no Facebook. Coisas da vida, do acaso, do destino, uma simples coincidência, algo imprevisto... enfim!

 
 
 

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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