O SEMEADOR.
- Lindomarcos Faustino
- 23 de set. de 2015
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AMÉRICO VESPÚCIO SIMONETTI (IN MEMORIAM)
Monsenhor Américo Simonetti nasceu em Assu no dia 21 de dezembro de 1929, sendo o quarto dos sete filhos do casal Alfredo Simonetti e Maria Augusta de Sá Leitão Simonetti. Perdeu o pai quando tinha apenas 10 anos. Realizou os estudos de 1º grau no Seminário Santa Terezinha, na cidade de Mossoró, de onde partiu, em 1950, para o Seminário de São Leopoldo/RS onde se graduou em Filosofia e Teologia. Também era licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco. Em 1969, fez Especialização em Didática do Ensino Superior na Universidade Federal de Natal como forma de aperfeiçoamento de sua formação. Quando seminarista, padre Américo, como era chamado, foi subdiácono no dia 01 de janeiro de 1956 na cidade de São Joaquim-SC, por Dom Daniel Hostin, e ordenado sacerdote em sua cidade, no dia 02 de dezembro de 1956, pelo bispo Diocesano de Mossoró, Dom Elizeu Simões Mendes, tendo realizado sua primeira missa seis dias depois. Em seguida, nomeado vigário cooperador do Mons. Júlio Alves Bezerra, na Paróquia de São João Batista de Assu. Lá permaneceu de 1956 a 1962, quando foi chamado pelo então bispo Dom Gentil Diniz Barreto para Mossoró, sendo nomeado vigário da Paróquia do Coração de Jesus, entre 1962 a 1964, coordenador da Ação Pastoral na Diocese a partir de 1962, superintendente da Rádio Rural a partir de 1963, e vigário geral da Diocese a partir de 1969.

CAPACIDADE, INTELIGÊNCIA, DEDICAÇÃO - Padre Américo também foi Reitor durante vários anos do Santuário Coração de Jesus, Diretor do Lar Sacerdotal, Diretor do Departamento Diocesano de Ação Social e da Cáritas Diocesana, Diretor do Curso Superior de Iniciação Teológica, Diretor do Centro Pastoral de Ciências Religiosas e Animador da Ação Católica no setor da JAC – Juventude Agrária Católica, quando ainda se encontrava em sua cidade Assú. Aqui em Mossoró, foi fundador de vários grupos de jovens e vigário da Paróquia do Alto de São Manoel de 1977 a 1979. Recebeu o título honorífico de “monsenhor” do então bispo diocesano Dom Gentil Diniz Barreto e, no ano de 1980, foi nomeado pároco da Catedral de Santa Luzia, substituindo monsenhor Huberto Bruenning. Monsenhor Américo foi um grande sacerdote na Catedral, pois resgatou os festejos da Padroeira Santa Luzia e ajudou a transformá-la num dos eventos religiosos mais importantes do Estado. Criou também um tema para cada ano da festa e, foi o incentivador principal da peça do Oratório de Santa Luzia. Generoso, sempre promoveu o bem e ajudou todos àqueles que lhe procuravam. Por sua capacidade criadora, inteligência e dedicação, assumiu a responsabilidade por inúmeros trabalhos realizados na Diocese de Mossoró. Foi o criador da famosa frase das procissões de Santa Luzia: “Mossoró com alegria, saúda a Santa Luzia.” Na área educacional, foi em sua cidade natal Diretor da Escola Normal, logo após, fundador do Ginásio Assuense, que mais tarde foi transformado no Colégio Pedro Amorim, e diretor do Centro Educacional Juscelino Kubitschek. Em Mossoró, teve participação ativa nas ações implementadas pelo saudoso professor João Batista Cascudo Rodrigues para a fundação da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, onde foi professor por vários anos.

EDUCADOR E IMORTAL- Monsenhor Américo também foi um dos fundadores da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte - UERN, vindo a participar ativamente da criação do Curso de Serviço Social. Depois foi professor de Doutrina Social da Igreja no Instituto de Ciências Humanas, de Literatura Latina no Instituto de Letras e Artes, também da disciplina de Ontologia Médica no Curso de Enfermagem. Mais tarde, foi diretor e fundador do Curso Superior de Iniciação Teológica, semente que está em processo de transformação na Faculdade de Teologia da Diocese. Foi jornalista, apresentador do programa diário ‘Comentário da Rural’. Era um grande escritor, tendo vários livros lançados pela Coleção Mossoroense: O mundo de hoje e a igreja em diálogo, 1971; Públio Virgílio Maro, 1972; Cícero: o homem e a obra, 1972; O trabalho Humano, 1973; A pressão demográfica do Nordeste e a paternidade responsável, 1973; O aborto, 1974. Em 1997, a Coleção Mossoroense publicou a obra que lhe deu assento na Academia Mossoroense de Letras, intitulada “Alfredo Simonetti: a Memória Enaltecida”, uma homenagem ao pai falecido ainda jovem professor, aos 39 anos de idade. Também era o autor da revista O Semeador, lançada em 2001, que circulava nos festejos da padroeira Santa Luzia. Monsenhor Américo Simonetti foi quem criou e primeiro dirigiu, por mais de 25 anos, a Rádio Rural de Mossoró com o apoio do bispo Dom Gentil Diniz Barreto. Trabalhou incansavelmente para ver a Rádio instalada em 02 de abril de 1963. Da Câmara Municipal de Mossoró recebeu o titulo de Cidadão Mossoroense, a Medalha do Reconhecimento, o Diploma de Honra ao Mérito, Medalha do Mérito em Comunicação ‘Jeremias da Rocha Nogueira’ e a Medalha ‘Papa João Paulo II’ pela Câmara Municipal de Mossoró.

A DESPEDIDA DE UM GUERREIRO - Monsenhor Américo lutou contra um câncer desde abril de 2009 e em nenhum instante desistiu. Para ele, a doença era um mal que, aos poucos, tinha que combater. “Sinto a necessidade de não desanimarmos diante do mal, da doença. Não nos desesperarmos, mas manter o ânimo, o encorajamento, para buscar o tratamento necessário”, afirmou na época. Mas a doença não o deixou viver mais, fazendo a Diocese e toda Mossoró ficar de luto em uma segunda-feira, em 05 de outubro de 2009. Seu corpo foi transladado para a cidade de Assu, velado na Capela do Educandário Nossa Senhora das Vitórias, onde foi celebrada uma missa de corpo presente, pelo Vigário Geral da Diocese, Padre Flávio Augusto Forte Melo, pelo pároco Canindé dos Santos, além de outros padres auxiliares, logo após, o seu corpo foi trazido para Mossoró, onde foi velado na Catedral de Santa Luzia, com missas e vigília fúnebre. Quando o cortejo chegou à Catedral, os fiéis já esperavam para dar o seu último adeus a este homem que era uma das colunas da igreja de Mossoró. A Diocese celebrou várias missas na Catedral de Santa Luzia, sendo a última pelo Bispo Dom Mariano Manzana, assistida por familiares, colegas de sacerdócio, autoridades políticas e religiosas e fiéis, que entre lágrimas, tristeza e saudades, lotaram a Catedral para o último adeus. Mossoró lhe homenageia dando seu nome a um conjunto residencial, construído pela Caixa Econômica, com parceria da Prefeitura Municipal de Mossoró, o qual foi inaugurado em 12 de janeiro de 2012. Também é nome de uma rua localizada no bairro Carnaubal. Além destas, o senhor Francisco Rogenildo Dantas da Silva colocou o nome de Monsenhor Américo no Grupo 81 de Escoteiro, fundado no dia 12 de junho de 2010.
Fonte: diocesedemossoro.com

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