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SE NEGÃO NÃO FIZER, NINGUÉM FAZ.

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 17 de set. de 2015
  • 4 min de leitura

JOSÉ FLÁVIO BRAGA DE LIMA

Em Mossoró, poucos o conhecem pelo verdadeiro nome, pois Negão pegou quando ele começou na arte de consertar aparelhos celulares, e José Flávio aproveitou a alcunha para fazer o seu próprio marketing pessoal e profissional. Hoje tem duas lojas denominadas ‘Negão Cel’ e a recém-criada empresa de turismo ‘Negão Tur’, com dois micros ônibus adquiridos para aluguel. Nascido em Fortaleza em 25 de outubro de 1970, Negão é filho de José do Carmo de Lima, ex-caminhoneiro, falecido há oito anos, e Maria de Fátima de Lima, funcionária pública aposentada que mantém uma lanchonete no Conjunto Esperança, na capital do Ceará. Segundo filho de seis, Negão começou a se virar aos 13 anos, vendendo dindim e picolé pelas ruas do Esperança e em Maraponga. Como a mãe saia para trabalhar cedo e o pai vivia viajando, transportando cimento pelo país e trazendo lenha para a casa de farinha do sogro Pedro Braga, a sua irmã mais velha, Conceição, é quem ficava responsável em por ordem na casa e nos demais irmãos. Não conseguia era impedir que Negão, depois que entrava pelo portão da frente da escola, pulasse o muro de trás para jogar bola. Neste ritmo, ainda fez até a terceira série no colégio estadual Marieta Guedes, mas ficou por aí. “Não gostava de estudar. Ainda comecei o supletivo algumas vezes, mas nunca conclui”, confessa Negão.

ENCONTRO COM O AMOR, O OFÍCIO E O NOVO NOME – Trabalhou alguns anos na marmitaria de dona Luzia, uma amiga da família, entregando quentinha. Quando completou 18 anos, arranjou um emprego de cobrador em uma empresa de ônibus que fazia linha do Centro de Fortaleza para várias localidades periféricas da cidade. Depois de três anos nesta atividade, buscou novas opções de trabalho que também não o satisfizeram, como a da área administrativa em uma granja, até surgir a oportunidade em um setor que o fez enveredar por um caminho mais seguro. Foi selecionado para um curso oferecido pela empresa Xerox do Brasil e acabou trabalhando em máquinas copiadoras, consertando e fazendo suas manutenções. Neste período, conheceu Andrea Rodrigues Alves Braga, uma estudante de 17 anos que veio morar por acaso no Esperança, duas quadras da casa de Negão. Com sua facilidade em se relacionar, logo se enturmou e foi convidada para fazer parte da quadrilha junina Renascer, que pertencia justamente a dona Fátima. Em sua primeira participação como membro, foi escolhida para o papel de noiva, fazendo par justamente com Negão. Na quadrilha, havia uma tradição que os noivos acabavam casando na vida real, o que novamente aconteceu. Negão não resistiu ao charme e doçura de sua parceira, casando com Andrea em 1994. Relação que logo viu nascer Jeferson e André, enquanto ele tentava se aprumar profissionalmente. Um de seus irmãos, Pedro Braga, havia colocado uma funerária em Mossoró e o chamou para vir tentar a vida nesta próspera cidade. Em 2002, após alguns desentendimentos entre o casal, finalmente resolveu aceitar o convite do irmão e aportou em terras potiguares trazendo suas máquinas copiadoras. Colocou ao lado do sócio Neto Tibúrcio o Esquinão da Xerox, no mesmo cruzamento dos shoppings Boulevard e Oásis, onde passou três anos. Logo no primeiro ano em que Negão estava em Mossoró, Andrea também veio com os dois filhos e tudo começou a encontrar a tão esperada estabilidade financeira e familiar. Mas ocorreu o rompimento da sociedade e novamente as dúvidas se instalaram na famíllia. A sorte é que Negão recebeu do amigo Evilásio da Silva a mão estendida, o levando para trabalhar em sua empresa Celular Center. Nela, aprendeu a consertar aparelhos celulares e pôde realizar diversos cursos oferecidos pelas empresas autorizadas, se aperfeiçoando na área e se tonando especialista. “Foi na empresa de Evilásio onde as pessoas começaram a me chamar de Negão, quando me chamavam para solicitar seus serviços. Até então todos me chamavam de Flávio”, conta.

EMPREENDENDO EM FAMÍLIA – No ano de 2007, finalmente, Negão resolve que é chegada a hora de dar seu salto profissional. Ele já tinha o nome reconhecido na praça e o amigo Evilásio não colocou nenhum entrave. A única coisa que o deixava preocupado era não ter certeza se o negócio daria certo. Abrir sua própria loja em um box de dois metros quadrados no Vuco-Vuco não passava de uma aposta, até o primeiro dia de funcionamaneto. “Nesta dia não tínhamos nem balcão para atender e meus dois filhos ficaram na entrada para tentar organizar a chegada da clientela. No final do dia o dinheiro que a gente tinha arrecadado foi suficiente para acabarem todas as dúvidas. Estava criado o Negão Cel”, relembra. Hoje com duas lojas, uma dentro e outra próxima do Vuco-Vuco, Negão diz que por fechar apenas às dezoito horas acabou mudando a rotina de muitos comerciantes do local, que não abriam depois do almoço. O movimento passou a ser o dia todo em torno deste centro comercial popular. Assim, seu negócio foi somando clientes de toda Mossoró e região, principalmente através da divulgação boca a boca, no marketing perfeito de que “Se Negão não fizer, ninguém faz”. Ensinou ainda aos seus filhos os conhecimentos necessários para tê-los o ajudando nos mais de 200 serviços que chegam diariamente às suas lojas, colocando Jeferson na área de peças e André resolvendo as questões que envolvem a parte de sistemas. Andrea administra as áreas burocratas e financeiras. Em janeiro de 2008, nasceu o recheio desta família unida na fé e no trabalho. Ana Clara consolidou o esforço de seus pais em dar certo, com admiração e respeito mútuos. Aos domingos, todos participam das atividades na igreja Universal, nos trabalhos de evangelização, de jovens e das ações sociais lá desenvolvidas. Mas uma forma e motivo para estarem juntos. “Os tapas que levamos da vida se mostraram aprendizado, fundamentais para nos tornarmos pessoas melhores. Hoje temos a consciência que devemos sempre estender a mão a quem precisa, buscando fazer o melhor para atender bem as expectativas dos outros, seja nossos familiares, sejam nossos clientes”, finaliza Negão.


 
 
 

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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