E SE NÃO FOSSE ESTE OURO BRANCO?
- Sergio Levy
- 14 de set. de 2015
- 1 min de leitura

A riqueza do sal na região onde Mossoró é polo econômico tem registros do início da colonização, mas apenas em 1802 teve datada a exploração de suas salinas para fins comerciais. Possuindo mais de vinte empresas produtoras, é daqui onde são extraídos cerca de 95% do sal consumido no Brasil. Devido às condições perfeitas provindas da evaporação da água do mar, solo impermeável, muito sol e vento e pouca chuva, por aqui são produzidos por ano quase cinco milhões de toneladas de sal, gerando cerca de quinze mil empregos diretos. Hoje bem mais mecanizada, a extração do produto ainda conta com o esforço insalubre de muitos trabalhadores em condições extremamente desumanas. A natureza, infinitamente produtora, concede a riqueza como base econômica de um povo, enquanto o homem permite a exploração daqueles que vivem na extrema pobreza, dependentes de expor sua própria condição humana para sobrevivência da carne. Apesar deste ponto negativo e desumano, o sal tornou-se ao longo do tempo o maior referencial de desenvolvimento econômico de Mossoró, sendo sua principal fonte de renda e geração de emprego, mesmo disputando com a potencia da indústria de exploração de petróleo. “O impacto positivo da extração, beneficiamento e distribuição do sal produzido na cidade é incalculável”, revela o biólogo e gerente ambiental Rômulo Fonseca. Essencial ao homem e indispensável a todos os tipos de vida animal, o sal é para Mossoró o presente divino oferecido através da natureza. Uma relação de tamanha dependência que torna-se quase impossível responder a pergunta do título desta matéria: Como seria Mossoró hoje se não fosse este ouro branco? Alguém aventura-se a responder?
Registros fotográficos: Pacífico Medeiros











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