FEIRA: RETRATO DA PURA ALMA NORDESTINA.
- Sergio Levy
- 8 de set. de 2015
- 1 min de leitura

Na tradicional feira nordestina encontramos de tudo, até a alma de seu povo. Em meio à ‘confusão’ de barracas, produtos espalhados pelo chão e gritos dos vendedores autônomos em busca de seu ganho diário, a curiosidade, pressa ou calmaria de gente acostumada a lá comprar suas necessidades mais urgentes. Jumentos se amontoam nos estacionamentos das carroças, enquanto rodas de longínquos amigos se formam para trazer a tona antigas lembranças de um mundo diferente. Sons de animais ecoam ao fundo. São galinhas amarradas pelos pés esperando o difícil e definitivo encontro com a panela de D. Maria. Pode isso? Não pode. Maltratar animais não pode ‘Arnaldo’. Maltratar gente pode, nas prisões, no desemprego, na fome e violência do moderno mundo competitivo, consumista e desumano. Gente humilde, trabalhadora, desconfiada, cabeça baixa para não mostrar o rosto, de pele encruada pelos anos de convivência com o clima escaldante e rigoroso. Da lente mágica e instantânea, porém, não se pode esconder a alma, revelada no semblante e no olhar. São pessoas como a gente, como todos, que manifestam no respirar pausadamente, ou nas palavras simples, nem sempre ditas corretamente, sua luta permanente com seus próprios pensamentos, para sentir o que muitas vezes parece ser inalcançável: a sublime paz do coração, a sensação indescritível de se sentir FELIZ.
Registros fotográficos: Pacífico Medeiros







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