top of page
Buscar

INQUIETO, VISIONÁRIO E HUMANO.

  • Caio César Muniz
  • 2 de set. de 2015
  • 3 min de leitura

ENÉAS DA SILVA NEGREIROS (in memoriam)

Filho de Manoel Camilo de Negreiros e Emília da Silva Negreiros, Enéas Negreiros nasceu em Maués, no Amazonas, em 29 de abril de 1911, mas ainda muito cedo veio residir em Mossoró. Aqui cresceu e constituiu uma família grandiosa literalmente, composta de 10 filhos, 31 netos e 9 bisnetos. Foi testemunha viva dos áureos tempos em que o algodão era conhecido no Nordeste como o “ouro branco” e teve participação ativa na fundação da Fábrica de Redes Santo Antônio, do Rotary Club de Mossoró, do Centro das Indústrias do Rio Grande do Norte, da Rádio Difusora de Mossoró, dentre várias outras instituições nas mais diversas áreas da cidade. Dos seus feitos mais relevantes, destaca-se o período em que foi diretor-presidente da Companhia de Melhoramentos de Mossoró S/A (a Comemsa), da Empresa de Serviços Telefônicos (Sertel) e da Fábrica de Fiação e Tecelagem de Mossoró S/A (Fitema), sendo sócio majoritário desta até o seu fechamento em 1978. Em sua época, a empresa chegou a possuir mais de 700 empregados, se constituindo como uma das mais importantes na fabricação de redes no Nordeste brasileiro.

A FIGURA HUMANA – De sorriso contagiante e cabelos brancos como o alvo do algodão que ele tanto cultivou, Enéas faleceu aos 12 de dezembro de 2005, aos 94 anos. Com a lucidez de um adolescente, sempre comentava com os filhos: “depois dos noventa a gente conta até os meses, é igual à criança”. “Ele não impunha nada, gostava muito de ouvir e dialogar. Sempre tinha um posicionamento próprio sobre as coisas, mas gostava de ouvir a opinião dos filhos”, contou a esposa Maria Odinéia de Negreiros, atualmente com 92 anos, com quem conviveu durante 60. Homem religioso, católico praticante, acordava todos os dias às 4h para ler a Bíblia, fazer suas orações e aguar suas plantas. Gostava de declamar o salmo 90. "Ele sabia decorado. E também citava outras passagens bíblicas, principalmente do São Mateus", disse a filha Verônica. "Era um homem que acompanhava as gerações, não se deixava levar por uma forma de vida imposta pelo tempo", complementou a filha Regina Coeli, em entrevista ao jornal O Mossoroense. Enéas Negreiros gostava muito de poesia e fazia pequenos poemas e canções todo o tempo, para todas as ocasiões. Publicou três obras onde deixou registradas muitas de suas histórias: “Memórias de um Amazonense Radicado em Mossoró”; “Cultura, Comercialização e Industrialização do Algodão na Zona Oeste do Rio Grande do Norte; e “A Fundação do Rotary Club de Mossoró”. Uma vida reconhecida pelas instituições mossoroenses ao aprovar projeto da então vereadora e professora Niná Rebouças dando o nome de Empresário Enéas Negreiros ao Centro de Exposições e Eventos de Mossoró - Expocenter.

A HISTÓRIA DA FITEMA – Com a vida marcada pelo empreendedorismo, Enéas criou vários empregos na cidade e influenciou o desenvolvimento econômico da região através da Fitema, fundada em 1950, mas foi vítima de um jogo de interesses que acabou transferindo o controle acionário da empresa para um grupo paulistano. Com isso, a indústria fechou e deixou os funcionários sem seus direitos trabalhistas. "A Morangaba Industrial S/A usou as instalações da Fitema, funcionando 24 horas por dia na produção exclusiva de sacaria para cereais que eram remetidos para São Paulo. Dentro de 6 (seis) meses, sem pagar aos operários, fechou a fábrica", relatou Enéas em seu primeiro livro. "Quando papai deixou a Fitema, estava tudo funcionando plenamente, com todos os funcionários, a maquinaria completa, totalmente estruturada", relatou Regina. Ele mesmo incentivava antigos operários da fábrica a lutarem por seus direitos, e menos de um mês antes de sua morte, o empresário viu os problemas trabalhistas ser resolvido com o leilão, realizado pela Justiça do Trabalho, que vendeu a empresa por R$ 900 mil. (Fonte: Jornal O Mossoroense)


O ROTARY DE MOSSORÓ – A ideia de criar um Rotary Club em Mossoró surgiu em meados de 1942, quando Enéas da Silva Negreiros encontrava-se na cidade do Rio de Janeiro em companhia do Dr. Paulo Fernandes. Na ocasião, foram convidados por um amigo a comparecerem a uma reunião-almoço no Rotary Club Centro do Rio, que seria realizada no Automóvel Clube do Brasil. Durante a reunião, o Diretor de Protocolo, ao anunciar a presença dos visitantes, declarou que conhecia Mossoró e fez elogios a nossa cidade. Ao terminar a apresentação, fez um apelo para que os visitantes fundassem em Mossoró um Rotary Club. E a semente estava plantada. Obs: ver texto completo em: http://rotaryclubmossoro.blogspot.com.br/p/nossa-historia.html

Obs. do colunista: Tive o privilégio de conhecer Enéas Negreiros desde a meninice, nasci em sua fazenda Nova Olinda, no vizinho estado do Ceará, onde meu pai foi seu gerente, nos anos 70. Por meio de sua família, vim aportar também em Mossoró, um ‘estrangeiro’ ajudando a outro. Por este motivo não poderia estrear neste espaço com outro personagem. Tinha que ser com a figura ímpar de ‘Seu Enéas’.

Fotos: colaboração do escritor e pesquisador Lindomarcos Faustino. Expocenter, de Eduardo Mendonça.

 
 
 

Comments


DIÁRIOS DE MOSSORÓ
SIGA
  • Grey YouTube Icon
PARCEIROS
PENSAMENTO DO DIA

 

Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

Cazuza

 

PROCURE POR TAGS
  • Grey Facebook Icon

© 2015 por O bom de Mossoró

bottom of page