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PAIXÃO PELO MICROFONE.

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 30 de ago. de 2015
  • 6 min de leitura


FRANCISCO GILSON ALVES CARDOSO

O filho mais velho do serralheiro Alderi Cardoso Bezerra e da batalhadora Raimunda Alves Coutinho nasceu em Mossoró no dia 26 de dezembro de 1971. O radialista e apresentador de TV Gilson Cardoso, líder de audiência nas manhãs radiofônicas da cidade, nasceu e se criou no bairro Boa Vista ao lado dos irmãos Patrícia Aluane e Ranilson, respectivamente sete e dez anos mais novos do que ele. Viveu uma infância de dificuldades, com a mãe lavando e passando roupas para fora para pelo menos colocar comida nos pratos das crianças. Já aos dez anos, Gilson arregaçou as curtas mangas para vender pastel pelo Carnaubal e Xerém, enquanto, sem muito gosto, assistia às aulas na escola Presidente e depois na Manoel Assis. Também vendia crediário ao lado de um parente. Sem televisão em casa, gostava de assistir futebol nas casas dos vizinhos. Para ver o Baraúnas no Nogueirão, chegava cedo e tentava convencer os responsáveis pelos portões a entrar de graça. Outras vezes levava os tabuleiros dos vendedores do estádio para disfarçar sua entrada.


A LUZ, O DIRECIONAMENTO – Quando tinha 12 anos, uma luz surgiu em seu caminho para abrir horizontes novos e calçar para sempre a estrada que mais na frente iria percorrer. Entrou na igreja Batista, e por incentivo e orientação do pastor americano Robert James Franklin, vislumbrou na leitura e na formação religiosa o Gilson Cardoso que poderia dar certo na vida. “Foram oito anos de convivência com o Pastor Roberto (como o chamava), que me ensinou a arte da comunicação, colocando-me para tocar violão, expor minhas potencialidades em público e até dirigir cultos. Hoje meu maior conselho aos amigos é: ‘Leia, leia muito, tudo, toda hora. Sem ler não temos conhecimento das coisas e não produzimos comunicação”, relata. Apaixonado por futebol se imaginava trabalhando nas rádios, transmitindo jogos como seus ídolos Caby da Costa Lima e Evaristo Nogueira. Jorge Wagner era outro profissional que admirava nesta época, quando a falta de TV em casa fazia com que o rádio o transportasse para outro mundo, que passou a ser real a partir no dia em que adentrou a rádio Libertadora para, atrás da vidraça, ficar vendo e ouvindo Jomar Valença, radialista que era o maior sucesso nas manhãs, trabalhando com toda sua versatilidade e carisma. “Entrei para conhecer uma rádio e sai maravilhado. Se me chamassem naquela hora para varrer o prédio da emissora, toparia”, conta.


OS CAMINHOS PARA O SONHO – Aos completar 18 anos, um tio que morava em São Paulo quis contribuir para que aquele menino sonhador encontrasse um caminho seguro, que o permitisse ajudar o pai. Mandou a passagem de ônibus e Gilson Cardoso foi conhecer a cidade grande. Ao chegar, lembra-se de ter ouvido pela primeira vez uma FM, já que em Mossoró ainda não existia, e que gostava muito do programa matinal na Jovem Pan comandado por Emílio Surita, do Pânico. Nos dois anos em que ficou na capital paulista trabalhou como vendedor em loja e também em um açougue. Aproveitou ainda para concluir o ensino médio através de supletivo. Mas Gilson se sentia incomodado por não ter conseguido mandar um real sequer para a família. Por este motivo comprou a passagem de volta, agradeceu e disse ao tio que iria embora. Chegando a Mossoró, foi procurar de imediato àquilo que já decidira em sua cabeça: queria ser radialista. O primeiro passo foi dado com a ajuda do amigo J. Junior, filho do radialista J. Pereira, atualmente trabalhando na cidade de Guamaré. Com ele brincava de ser locutor, lendo notícias, e visitava as rádios e as pessoas do meio que o amigo tinha conhecimento. “Naquele momento eu acreditava que se tivesse uma oportunidade me garantiria”, lembra Gilson. Ao conhecer Rui Maurício, hoje presidente do Sindicato dos Radialistas, as portas começaram a se abrir. Ele foi o primeiro a vislumbrar o potencial de Gilson. Primeiro colocou-o para gravar comerciais com o apoio do amigo controlista Paulo Jorge, recém falecido. Este trabalho lhe deu o direito de frequentar a turma de radialistas e jornalistas que se reunia na Praça Bento Praxedes, em frente à Rádio Libertadora. “Era um avanço significativo poder estar ao lado dos profissionais que eu tanto admirava”, conta. Passou a estar na Libertadora o dia todo. Pela manhã, no programa de Rui Maurício, fazia qualquer coisa que ele mandasse. À tarde voltava com sua bicicleta para continuar respirando as ondas de rádio. À noite ficava esperando os horários determinados para ouvir sua voz nas propagandas comerciais que havia gravado. Foi nesta época que começou a ter também o apoio d amigo Curió, que até hoje está ao seu lado nos contratos e eventos comerciais que realiza. Depois que aprendeu o serviço de controlista, Gilson passou a cobrir as folgas dos demais. Para justificar sua presença na rádio, os diretores José Geraldo e Olacir Carneiro autorizaram a criação do programa Noite Livre, apenas aos domingos, dando inicio a carreira tão sonhada. Gilson Cardoso dava o primeiro passo na profissão de radialista.

A EVOLUÇÃO E A FAMÍLIA – Com o total apoio do amigo Rui Maurício, logo Gilson já passou a comandar as manhãs de domingo com o programa Balanço da Cidade, que vinha logo em seguida ao programa do também iniciante, na época, Haroldo Jácome. A partir daí foi uma sequência de oportunidades e reconhecimentos. Mossoró ganhava um comunicador de ponta, enaltecido por uma matéria em jornal escrita por Carlos Skarlack, a pedido de Curió. Veio então a primeira proposta para alçar voo. A Rede Tropical, a qual a rádio Libertadora fazia parte, precisou de um profissional para preencher uma lacuna aberta em sua emissora de Macau, a rádio Salinas. Gilson foi indicado, aceitou e, para sua surpresa, chegou à cidade recebido como uma estrela do rádio. Entre 1994 e 1996 reinou nesta outra cidade salineira, aprendendo tudo que faltava na interação com o público e na simplicidade da arte de bem comunicar. Foi o momento onde, finalmente, pôde ajudar nas finanças de sua casa em Mossoró. “A maior alegria que tive foi poder dar a minha mãe sua primeira geladeira. Até então, bebíamos água gelada nas casas dos vizinhos”, conta emocionado. Foi em Macau também que Gilson conheceu sua primeira esposa, Alexsandra Paiva, com quem teve a filha Glícia Thianne, estudante de Psicologia na UNP, por isso morando com ele atualmente. Do segundo relacionamento, com a também radialista Adriana Mendes, nasceu João Henrique, de seis anos. “Nos meus projetos de vida estão sempre incluídos meus filhos e meus pais. Quero poder ajuda-los da forma que for possível. Fico feliz e tranquilo quando vejo que eles estão bem”, confessa.


A TRAJETÓRIA CONSOLIDADA – Certa manhã, fazendo seu programa em Macau, o telefone toca e Gilson não acredita no que acaba de ouvir. O diretor da rádio Difusora, Júnior Praxedes, convida-o para substituir J. Régis no horário nobre da emissora líder em Mossoró. Indicação de Rui Maurício, seu padrinho de sempre. Para ele era uma oportunidade de ouro e um desafio sem tamanho, pois o programa não tinha música, era todo com notícias, entretenimento e informação ao vivo, com cinco repórteres nas ruas da cidade. “Cheguei sem nome na cidade, competindo com J. Régis que havia ido para Libertadora com grande mídia, mas tinha uma rádio líder e uma equipe fantástica, fechada e empolgada no objetivo de fazer o melhor”, relembra Gilson. Sua estreia foi no dia 09 de dezembro de 1996, e logo seu carisma, timbre de voz e vibração ganharam o ouvinte. Muitos até o chamavam de J. Régis, o que causava certo desconforto, mas nada que lhe tirasse a felicidade de estar vivendo aquele momento especial. Quatro meses depois o Programa da Manhã virou Programa Gilson Cardoso, mudança indicada pelas pesquisas de audiência que consolidavam não só a rádio Difusora como líder como também o nome de Gilson no cenário radialista de Mossoró. A trajetória, a partir daí foi naturalmente sendo construída. Em 19 de novembro de 2001 estreou o Programa Show 93, sua nova casa, onde nunca perdeu uma pesquisa de audiência. Trouxe a empatia da dona de casa que o ouvia na AM, e ganhou o público jovem que preferia ouvir FM. Na TV, onde teve uma adaptação rápida e segura, fez o Mossoró Comunidade e atualmente o Alerta Geral, que vai ao ar entre 13 e 14hs, de segunda a sexta. Mantém ainda uma coluna dominical no jornal O Mossoroense: ‘De Olho Na Mídia’. Por duas vezes foi candidato à vereador, em 2008 e 2012. Não ter obtido êxito nesta área não o impediu de continuar acreditando no sonho. “Fico triste quando escuto alguém dizer que não vale a pena ser jornalista ou radialista em Mossoró. Eu valorizo minha profissão e me orgulho dela. Foi um sonho que trabalhei muito para ver concretizado. Aprendi com isso que nunca devemos desistir de nossos sonhos. Precisamos é caminhar na direção certa para conquistá-los”, afirma o apaixonado por microfones Gilson Cardoso.

 
 
 

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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