A SOLIDÃO E A MAGIA DE UM ‘EU TE AMO’.
- Augusto Cury
- 26 de ago. de 2015
- 1 min de leitura

Nós rejeitamos a ideia da solidão porque a vemos de forma negativa. Mas ela é fundamental para a construção das relações sociais. Sem solidão, viveríamos por instinto, não teríamos necessidade de afeto, compreensão, troca, abraços, elogios, apoios, busca de autoestima. Sem essa experiência, as rejeições e as discriminações não nos machucariam. As perdas não provocariam traumas e as decepções não produziriam as lágrimas. Sem solidão não teríamos necessidade do outro. A solidão traz necessidades psíquicas imperiosas e complicações sociais. A criatividade é inspirada no terreno da solidão. Todo artista produz primeiro uma obra para si, depois para os outros. Não é nos momentos de aplausos, mas nos de mais profunda solidão, vazio, angústia ou crise existencial, que os artistas se tornam mais produtivos. A inspiração nasce no terreno da inquietação. Ao que parece, a criatividade de Deus foi inspirada no terreno da solidão. Não sou uma pessoa religiosa nem defendo uma religião específica. Tenho procurado ser um homem sem fronteiras. Todos os que professam uma religião deveriam ser, antes de tudo, pessoas sem fronteiras, capazes de abraçar os que pensam diferente. A solidão é a fonte mais excelente do processo de busca. Quem não ama vive isolado ou produz relações superficiais. Quem ama se entrega, mesmo correndo o risco de ser rejeitado, frustrado, ferido. Inúmeras pessoas têm vergonha de dizer para as outras "Eu te amo, eu preciso de você", pois estas palavras nos despem do orgulho e produzem cumplicidade.
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