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VIVO GRANDIOSAMENTE POR CAUSA DELES!

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 26 de jul. de 2015
  • 6 min de leitura

IADJA FREDIANA LINHARES MOREIRA

“- Por que Deus é... boooooom!!! De fato, na verdade Ele é maravilhoso, não canso de agradecer pelos meus filhos, minha família, tudo dado a mim e Bruno com uma bondade tão grande que há dias que me pego perguntando se merecemos tanto. Obrigada Jesus, muito obrigada!”

Este é o trecho final da última postagem escrita pela mossoroense Iadja Linhares em seu blog. Não um blog comum, mas um endereço virtual iluminado pelo amor de uma mãe que acabara de viver experiências emocionalmente fortes, superadas pela grandiosidade da fé.

Nascida em 25 de maio de 1983, filha do empresário Jansen Teodoro Linhares e da contadora Nair Soares Bezerra, Iadja tem uma irmã por parte do pai, Leila Morais, auxiliar administrativa de 30 anos, e uma por parte da mãe, Iaskara Fabiola, estudante de jornalismo, de 20 anos. Estudou seu ensino fundamental e médio no Centro de Educação Integrada Elizeu Viana e graduou-se em Pedagogia na UERN. Atualmente trabalha no SESI, no cargo de Supervisora Pedagógica da Educação Básica Profissional - EBEP.


A BUSCA PELA FERTILIDADE – A sua marcante história tem inicio ao casar com Bruno Souza Moreira, bancário, em 6 de fevereiro de 2009, após quatro anos de namoro. Até um ano e meio de casados a presença do afilhado Luís Guilherme preencheu a necessidade do casal em sentir o amor paternal e maternal. No entanto, este pequeno teve que ir com os pais para o Piauí, deixando um vazio que fez com que ambos despertassem para a pergunta inevitável: por que Iadja não engravida?

Foi quando o casal procurou o Dr. Cesar Pinheiro, especialista em reprodução humana. Apesar de radicado em Fortaleza, ele atendia uma vez por mês em Mossoró. Sua opção foi realizar uma Fertilização In Vitro, a chamada FIV, uma técnica de reprodução medicamente assistida que consiste na colocação, em ambiente laboratorial, de um número significativo de espermatozoides do pai ao redor de cada ovócito da mãe, com o objetivo de se obter pré-embriões de boa qualidade para posterior transferência para o útero.

“Ficamos com a vida em cheque”, resume Iadja. “A expectativa, o tratamento, a angustia nos deixava em estado permanente de tensão. Tomei medicamentos durante 21 dias, sendo os 7 primeiros para inibir a ovulação e os outros 14 para estimular. Eram injeções diárias. Neste período, ia para Fortaleza de dois em dois dias para realizar as ultrassonografias de acompanhamento” descreve.

“Fui às lágrimas quando meu médico disse que tínhamos quatro embriões em boas condições. Bruno enlouqueceu, no bom sentido, quando disse a ele que havia autorizado a transferência de três, pois a decisão foi tomada só por mim na sala de cirurgia, por não ter como consulta-lo. Minha decisão levou em conta os riscos do organismo absolver alguns deles, ou todos, ou mesmo os embriões não fixarem no útero. Na mesma hora Bruno teve a certeza que nós teríamos trigêmeos, pois para ele todos iriam resistir”, contou Iadja.

A NOTÍCIA TÃO ESPERADA – Foram 14 dias de expectativas. No 11º, uma terça-feira de carnaval de 2011, Iadja fez um exame de farmácia e o resultado deu positivo em segundos. O casal ficou feliz durante apenas duas horas, pois veio um sangramento natural que os deixou novamente apreensivos, com a ideia de que tudo havia sido perdido. Não conseguiram dormir. Na quarta-feira de cinzas, com todos os laboratórios da cidade ainda fechados, optaram em fazer o exame Beta HCG no pronto socorro da Unimed.

Outro drama na cabeça do angustiado casal surgiu. O resultado com o nome ‘Reagente’ causou dúvidas. Para Iadja significava Positivo, para Bruno, Negativo. Ligaram então para o Dr. Cesar que confirmou que eles estavam ‘grávidos’. Apesar de a felicidade explodir em seus corações, preferiram não contar a ninguém até Iadja fazer dois dias depois o exame correto, indicado pelo médico, que era o Beta HCG Quantitativo.

Em uma gravidez única este exame daria como resultado algo em torno de 50 a 150mUl/mL. No caso de Iadja o resultado deu 710 mUl/mL. Era provavelmente uma gravidez de trigêmeos, mas Dr. Cesar, para não criar ainda mais expectativas, optou em dizer apenas que o resultado havia sido excelente. Duas semanas depois a esperada revelação. Através de uma ultrassonografia realizada por Dr. Barreto, ficou confirmada a notícia de que os trigêmeos estavam a caminho.

O PARTO PREMATURO – Com a certeza da gravidez, Iadja optou em tirar licença do trabalho para evitar possíveis imprevistos. O maior incomodo, segundo ela, era a constante tentativa dos três em melhor se acomodarem. A gravidez correu sem nenhum atropelo maior, até que na 30ª semana, em uma visita de rotina em Fortaleza, foi constatada a necessidade da realização do parto. Apesar de Iadja não estar sentindo nada de anormal, os meninos estavam em posições perigosas para o rompimento indesejado da bolsa. O que acabou ocorrendo no dia 07 de setembro, dez minutos antes da hora marcada para a cirurgia.

O procedimento foi então realizado pela Dra. Rejane Holanda, obstetra que acompanhava a gravidez em Mossoró, e Dr. Cesar. Cecília, Heitor e Vitória acabavam de chegar ao mundo, com a primeira viagem sendo direto para a UTI Neo Natal do Hospital Gastroclínica, para encubados, envoltos permanentemente em cobertas, conviverem com os cuidados necessários como olhos vendados, ouvidos tapados, respiração mecânica e alimentação através de sonda.

Vitória foi a que mais sofreu. Nasceu com apenas 930 gramas e 35 cm. Cecilia com 1.310 gramas e 37 cm e Heitor com 1.380 gramas e 38 cm também não tiveram vida fácil em seus primeiros dias. “Quando estamos esperando o maior sonho é poder pegar nossos filhos no colo. Foi uma dor profunda sair do hospital dois dias depois sem ter podido tocar neles”, lembra Iadja. Apenas 11 dias depois de nascida, ela conseguiu colocar Cecília em seu colo, ainda assim por pouco tempo. Com 21 dias, mamou pela primeira vez. Nesta mesma hora, Heitor tirou sozinho o tubo de sua garganta, ou seja, conseguiu respirar sem ajuda de aparelhos pela 1ª vez.

Sempre conectados, Cecília e Heitor evoluíam paralelamente. Com 28 dias, ela fazia a esperada viagem para casa, enquanto ele se mudava para a Semi Intensiva. Iadja passou a ficar de um lado para o outro, agradecida por ter conseguido um apartamento para alugar por dois meses na avenida Santos Dumont, em frente ao hospital. Dois dias, para alegria ser completa, Vitória começou a mamar, e Heitor veio para casa. “Uma coisa que me marcou era ouvir Vitória chorando toda vez que tinha que voltar para incubadora”, confessa.

Após 52 dias de luta pela vida, Vitória, finalmente, sai da UTI, possibilitando toda família retornar para Mossoró, Inclusive a mãe e a irmã de Iadja, companheiras incansáveis destes dias atribulados.


TRIGÊMIOS GUERREIROS – Iadja se viu em casa e com três bebês para dar conta. Esta passaria a ser sua realidade de vida. Instabilizada, demorou a se encontrar. Nunca faltava o que fazer, pela quantidade de tarefas a executar. Começou, então, a ler e pesquisar na internet sobre como lhe dar com aquela situação. Descobriu várias mães de gêmeos e trigêmeos na mesma situação. Participou de grupos e fez muitos contatos para troca de experiências, o que muito lhe ajudou nesta primeira fase. Vale ressaltar que o esposo Bruno sempre esteve muito presente e contribuindo no tempo que podia para amenizar a luta diária da esposa. Com 3 meses e cinco dias, Iadja volta a trabalhar, mas já com uma ideia fixa na cabeça de colocar um blog para dividir com outras pessoas as suas interrogações e informações adquiridas.

Em 07 de janeiro de 2012, ao comemorarem os quatro meses de nascimento dos seus bêbes, Iadja faz nascer o blog trigemeosguerreiros.com, demonstrando está refeita das angustias vividas desde a decisão de conceber. Na primeira postagem, ela confessa precisar de ajuda para melhor acompanha-los. “Devido à necessidade de informações e curiosidades do mundo dos prematuros... eu achava que quando os três estivessem em casa... as coisas iriam correr naturalmente como com qualquer bebê. Bom parece que não é bem assim.”, escreveu.

Neste dia Bruno também escreve: “Seus nomes tem significado fortes e se completam para explicar nosso atual momento: VITÓRIA, por si só auto-explicativo, reflexo do nosso momento, seu nome é a nossa história, HEITOR, o protetor, o guardião da nossa vitória. CECÍLIA, deusa da música, festiva assim como nosso momento é de festa . Agora sejam bem vindos, minhas três bênçãos, luzes da minha vida, razão maior do meu existir.”

Estava nascendo, sem querer, um veículo de comunicação que surpreendeu Iadja pela velocidade das respostas e alcance das informações. Já são mais de 60 mil acessos, 138 postagens e muitas amizades concretizadas, em diferentes regiões do Brasil e até mesmo países da América, Ásia e Europa.

Um esclarecimento importante que ela fez questão de escrever, é que todas as mulheres que fazem tratamento não engravidam de múltiplos, pelo contrário, a chance de nascer trigêmeos é de apenas 3 %. “A grande questão é que as pessoas não divulgam que fizeram a FIV, ou Inseminação, ou seja lá qual for o tratamento, agora, por que.. isso eu não sei!”

Com a existência de seu blog, Iadja se sentiu com total liberdade para escrever sobre dúvidas, desabafar e esclarecer os diversos assuntos relacionados ao seu dia-a-dia com as crianças. Postou fotos, criou, sem querer, um diário para eles para a vida toda. Foi nele que ela pôde revelar seus sentimentos, a cada momento vivido, como neste trecho que resume bem a história de sua família: “Temos muito, muito, muito mesmo o que comemorar, eles dão um trabalho grande, mas acima disso, alegram meu coração, minha vida, minha alma, minha casa, minha família, me provam sempre que sou melhor por causa de cada um, suas personalidades tão diferentes se completam e me completam. Vivo grandiosamente por causa deles!”

 
 
 

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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