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O CONSTRUTOR DE SONHOS.

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 23 de jul. de 2015
  • 4 min de leitura

MARIO JOSÉ OLIVEIRA DE MACEDO

É de muita luta, determinação e fé a história do empresário e ex-pastor Mario Macedo, nascido em 12 de janeiro de 1960 em Maragogi, cidade turística alagoana com pouco mais de 30 mil habitantes. Filho mais velho da prole de onze do casal Antônio Cesar de Macedo e Maristela Oliveira de Macedo, desde cedo teve que se acostumar com as mudanças que a vida exige. “Quando eu tinha quatro anos minha família se mudou para Maceió, e aos seis fomos para São Paulo. Lá nasceram nove de meus irmãos e onde meu pai se formou Mestre de Obra, profissão que exerceu até seu falecimento, ocorrido há apenas 20 dias, decorrência do vazio que sentia pela perda da minha mãe em maio último. Ele morreu de tristeza”, revela.

De alma forte, serena e sempre demonstrando paciência e bom humor, Seu Mario não tem como esconder seu corpo fragilizado. Possui quatro stents no coração, problemas respiratórios e fala ofegante desde que sofreu um acidente vascular cerebral. Apesar dos clientes e amigos demonstrarem preocupação com seu estado físico, segue sua rotina diária de trabalho enfrentando o pó produzido por sua indústria de móveis planejados e artigos de decoração e festas, todos em MDF.

Ao seu lado está o filho, a nora Priscila Freire e a inseparável artesã Ana Rosa Pereira Lopes, sua esposa desde quando tinha 18 anos e com quem teve Aline Lopes de Macedo, empresária do setor de estética atuando no estado da Pensilvânia, EUA, e Vinicius Lopes de Macedo, estudante de engenharia civil da UNP. No currículo de D. Rosa a experiência necessária para os negócios da família. Técnica contábil, por muitos anos foi encarregada do setor fiscal de grandes multinacionais como Pepsi do Brasil, Mead Embalagens e Serveng Civilsan. “Ela é a faz tudo em nossa empresa, enquanto eu me divirto na produção”, resume Seu Mario.

APLICADO DESDE SEMPRE – Como todo grande criador, desde criança este artista nato já brincava com a sua habilidade em manusear peças, fazia de qualquer material um objeto útil, nem que fosse um brinquedo para alegrar sua mente. Sua saga profissional teve inicio ainda aos 13 anos de idade, em uma empresa que fornecia ferramentas para Telefônica de São Paulo. “Aos 14 anos já tinha carteira de trabalho registrada e comandava outros 15 garotos de minha idade, posto que assumi por demonstrar interesse em acompanhar toda a linha de produção da empresa”, lembra.

Ao assumir os serviços de Limpeza de Torno e poder se familiarizar com os instrumentos de precisão, Seu Mario conta que se tornou natural a ascensão na profissão. Ainda aos 14 anos assumiu o cargo de Torneiro Mecânico, depois Fresador, Ajustador Mecânico e Ferramenteiro. “Com 18 anos já tinha o curso de Ferramenteiro, considerando as devidas proporções, quase um engenheiro mecânico”, compara com orgulho.

No entanto, com a transferência da empresa para o ABC Paulista, ficando distante de onde residia, Seu Mario optou em mudar de ramo, indo trabalhar por dez anos em uma empresa de serigrafia de um tio. Só deixou o setor para montar seu próprio negócio, uma oficina mecânica que funcionou por 25 anos na capital paulista. “Chega uma hora que a gente não aguenta mais. Por termos nossa atividade como Pastor da igreja Assembleia de Deus, podíamos pedir transferência para outra cidade, já que havíamos decidido ir em busca de mais qualidade de vida em outros ares. Foi quando D. Rosa abriu o mapa do Brasil e deu de cara com o potencial econômico de Petrolina. Coloquei minha oficina em um caminhão e a instalei no sertão de Pernambuco”, conta.

O REENCONTRO COM SUA ARTE MANUAL – Sua disciplina, rigor e responsabilidade profissional, características do trabalhador paulista, no entanto, deu de cara com uma realidade diferente no Nordeste brasileiro. A oficina em Petrolina foi marcada por atropelos em relação à mão-de-obra, ‘com pouca capacitação e descompromisso dos colaboradores. ’

Em 2008, Seu Mario decidiu vender a oficina e seguir sua vida aproveitando um convite da igreja para pastoriar uma unidade no pequeno município de Felipe Guerra, distante 70 quilômetros de Mossoró. “Passamos apenas três meses devido descontentamentos que não desejo relatar, mas causa principal de ter nos feito chegar em Mossoró, onde pude abrir um negócio que me realiza”, confessa.

A indústria de produtos em MDF nasceu da necessidade percebida por D. Rosa em seus trabalhos de artesã, pela dificuldade de encontrar caixinhas de presente com boa qualidade e em quantidade. “Logo vimos que poderíamos produzir, já que eu tinha habilidade manual e conhecia as máquinas necessárias para a produção”, lembra Seu Mario.

Hoje, a Mossoró Arte produz mais de 200 itens, com variados tamanhos e modelos, desde caixinhas de R$ 1,00 até diferentes móveis provençais e artigos e móveis para decoração de festas. “Aos 55 anos de idade posso dizer que reencontrei minha essência. Voltei a utilizar minhas mãos no delicado talento de produzir com arte e prazer”, descreve. Em meio ao trabalho incansável, Seu Mario não se esquece de agradecer a Deus por ter feito de Mossoró seu porto seguro. “Daqui não saio para lugar nenhum. Se não fosse o clima seco daqui já teria morrido. Em São Paulo nem bateria de carro aguenta muito tempo, imagina o coração de um homem que já passou por poucas e boas”, brinca o simpático construtor de seus próprios sonhos.

 
 
 

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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