LIBERDADE PARA O POETA DA REDE.
- obomdemossoro
- 21 de jul. de 2015
- 3 min de leitura

LALAUZINHO DE LALAU
Olavo Raimundo da Cunha Junior nasceu em 18 de agosto de 1978, caçula dos dez filhos de Olavo Raimundo da Cunha e Antônia Jeremias da Cunha. Foi em busca de melhores condições de vida que o casal de agricultores de Ipanguaçu resolveu migrar para Mossoró, cidade onde nasceu toda a sua prole. Seu Olavo, hoje com 85 anos, criava gado na várzea do rio Mossoró, enquanto D. Antônia costurava e vendia pasteis para ajudar nas despesas da casa.
Casado há nove anos com Alcione Alves da Cunha, auxiliar de contabilidade com quem tem duas filhas, Ana Carolina, oito anos, e Ana Julia, dois, é o único dos irmãos que não se ‘formou doutor’, mas se tornou o mais conhecido da família pelo codinome de Lalauzinho de Lalau, radialista e poeta que desfila diariamente seu saber através de versos e prosas propagados pelas ondas da Rede Potiguar de Comunicação.
“Eu tinha sete anos quando o poeta Antônio Francisco me perguntou como estava meu pai, conhecido por Lalau. Naturalmente respondi: Lalau velho está doente/ Lalau novo está de pé/ o novo cantando alegre/ o velho perdendo a fé/ mostrando pra Mossoró/ a velhice como é. Foi aí que ouvi da nossa maior autoridade da poesia que ali estava um poeta nato”, lembra Lalauzinho.
Segundo ele, o dom de criar de forma ritmada, poética, instantânea e, ainda mais, articulada e coerente, foi plantado nas cantorias que assistia a convite do pai, um amante desta arte bem nordestina. “Eu gostava tanto de fazer ‘repente’ que desde menino tudo era motivo para criar um. Na escola, vivia fazendo homenagens, convidado pelas professoras e diretoras”, destaca.
Mas foi por gostar também do esporte vaquejada que Lalauzinho entrou no mundo do rádio, convidado pela Difusora AM através do publicitário Wilson Junior, então diretor comercial da emissora, para apresentar o quadro “Abrindo as Porteiras”, em versos, no programa Clube do Vaqueiro, apresentado pelo próprio Wilson e por J. Nilson.
Seu primeiro programa foi ‘O Meu Sertão é Assim’, das 5 às 7hs, na rádio comunitária FM Nova Era, do comunicador Chico Chagas. O sucesso foi tão grande que passou a ocupar também o microfone das 17 às 19hs, com o programa ‘Forró em Dose dupla’. “Foi lá que aprendi o básico: conversar com os ouvintes, manusear os equipamentos e ter a habilidade com a sonoplastia sem perder o desempenho natural da sintonia com a criação”, revela.

CHEGANDO EM VERSOS NA RPC – Com a exigência da regulamentação e o fechamento da rádio, Chico Chagas levou Lalauzinho para pedir emprego na Rede Potiguar de Comunicação - RPC. Chegando lá, deram de cara com o ex-deputado Carlos Augusto, proprietário da emissora, conhecido por sua dureza nos negócios, que foi logo perguntando:
- Qual o verso que você faria para que eu lhe contratasse?
De pronto Lalauzinho respondeu:
Escuta menino, velho, moça e rapaz
Todo mundo liga na RPC
Que esta rádio boa traz pra você
As coisas boas que tem na minha terra
Do gado que corre, que pula e que berra
Do vaqueiro macho que sabe aboiar
Da nossa cantiga cantada ao luar
Do nosso namoro no pé do portão
Da festa de gado que tem boi no chão
A RPC é espetacular.
Na mesma hora o empresário se dirigiu para um colaborador e pediu para arranjar um horário para aquele novo locutor aos domingos. Lalauzinho logo se questionou: como vou me acostumar a trabalhar apenas aos domingos, já que fazia meus programas todos os dias na rádio anterior?
Este problema não durou. Com a boa repercussão alcançada por seu primeiro dia de trabalho, Lalauzinho foi logo convidado para fazer seu programa diário, desta vez em uma rádio com maior audiência. Em 2016, o RPC Bom Dia completará 12 anos no ar. Paralelamente, o Poeta da Rede mantém um blog na internet onde trata dos assuntos atuais com seus repentes inconfundíveis: http://lalauzinhodelalau.blogspot.com.br.
Lalauzinho diz que foi menino de gostar de colocar armadilhas para pegar passarinhos e de colocá-los em gaiolas, mas que a vida lhe deu a consciência de que O BOM é o valor da liberdade para todos os seres vivos, para o pensamento e os sentimentos de cada um. “A liberdade permite o poeta exercer seu dom de bem criar, sem amarras, atiçando a raiz do talento, a essência da inspiração renovadora da vida”, poetiza.

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