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OLHA O CAVACO CHINÊS PASSANDO EM SUA PORTA.

  • Foto do escritor: obomdemossoro
    obomdemossoro
  • 8 de jul. de 2015
  • 2 min de leitura

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SEBASTIÃO JORGE DE SOUSA

Biscoito doce, crocante e quebradiço feito com uma massa seca de polvilho ou de farinha de trigo, com açúcar, untado em óleo ou margarina e preparado em formato tubular (como um canudo) com auxílio de uma prensa, o Cavaco Chinês tem sabor agradável e se dissolve com facilidade na boca.

Transportado dentro de uma espécie de baú cilíndrico, feito de flandre ou alumínio, que o vendedor traz preso às costas atado por uma arreata de couro, o Cavaco, muito embora tenha o nome de chinês, na verdade é originário da Índia. É praxe de seus vendedores percorrer vários quilômetros no desempenho do seu ofício, tocando em um triangulo como marca registrada.

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TRAJETÓRIA DE LUTA – A descrição do vendedor de Cavaco Chinês acima retrata o cotidiano de Sebastião Jorge de Sousa, macauense nascido em 15 de abril de 1956, que aos quatro anos chegava a Mossoró com sua família na busca de uma vida melhor. Estudou até o 4º ano do ensino fundamental, devido barreiras impostas por uma realidade que é de muitas famílias brasileiras.

Aos 15 anos já estava na lida, no difícil ofício do setor salineiro, que consome fisicamente seus trabalhadores. Após servir ao Tiro de Guerra, sempre demonstrando paciência e disciplina, características de sua personalidade, foi morar com uma tia por mais de 15 anos em Salvador/BA. Por lá trabalhou de servente de obras a picolezeiro. Foi onde também conheceu um grande amor, mas que por força das circunstâncias não teve continuidade, nem mesmo através de um descendente.

Retornando à Mossoró, passou a ajudar na produção de Cavaco Chinês de um amigo. Quando este resolveu desfazer-se do negócio, a boa relação de amizade e respeito que eles haviam criado beneficiou seu Jorge com parte do maquinário existente, possibilitando-lhe iniciar um negócio próprio pela primeira vez em sua vida.

Foi assim que ele resolveu tranquilizar a mente e estabilizar o cotidiano. Contando com a companhia fiel de sua Bíblia, a qual recorre todos os dias para fazer sua oração, decidiu produzir e vender Cavaco Chinês para manter-se em equilíbrio e harmonia.

Religiosamente, dia após dia, seu Jorge levanta-se, toma café e prepara os ingredientes para produção de 80 Cavacos, que vende por R$ 0,50 a unidade, o que lhe rende R$ 40,00. Morando no bairro Belo Horizonte, percorre a pé a cada dia um trajeto diferente até o ponto final: bairros Macarrão, Paredões, Boa Vista e Centro.

Batendo no seu triangulo e fazendo expandir uma clientela satisfeita, seu Jorge carrega a alegria de viver em sua simplicidade, sem celular, sem vaidades, sem orgulhos feridos, acreditando que O BOM é vender seus Cavacos Chinês, pois é assim que paga suas contas e que o faz esperar, pacientemente, o dia em que poderá, finalmente, se aposentar.

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Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.

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